Da necessidade de Jesus ser Deus - Catolicismo como a única religião correta

Da necessidade de Jesus ser Deus

Catolicismo como a única religião correta

 

“Não se opor ao erro é aprová-lo, e não defender a verdade é negá-la; e a nossa negligência em defender a verdade, quando podemos fazê-lo, é tão pecado quanto incentivar o erro" – Santo Tomás de Aquino.


  Seguindo meu último artigo: “Uma revisita ao argumento ontológico para tentar provar a existência de Deus”, me apeteceu, também, criar um artigo para demonstrar que se Deus existe, então Deus é Jesus; e aproveitando disto, provar também, que Ele sendo Jesus, somente o Catolicismo está correto.

Para tal, eu projetei alguns argumentos, em que eu usarei as premissas de argumentos que provam a necessidade de Deus existir, para demonstrar que Deus é, por necessidade, o Cristão, esta primeira parte se assemelhará um pouco ao artigo “Qual é o Deus Verdadeiro?” do site: Refutando o ateísmo. Neste primeiro momento, me limitarei a realizar uma exclusão das religiões e conceitos acerca de Deus que são objetivamente impossíveis. Este artigo funcionará como um quebra-cabeças, onde eu vou retirar as peças de vários argumentos para tentar solucionar o enigma Divino.

 


 

PARTE I: RETIRANDO AS IMPOSSIBILIDADES

 

 

 

DA IMPOSSIBILIDADE DO POLITEÍSMO

 

 

Para começar, demonstrarei a impossibilidade do politeísmo, para tal, utilizarei três argumentos: O Argumento Ontológico; A via do movimento de São Tomás de Aquino; e o Argumento Cosmológico.

 

1º O Argumento Ontológico.

Não deduzirei todo o argumento aqui, até porque eu já fiz isto em outro artigo: Uma revisita ao argumento ontológico para tentar provar a existência de Deus. Não deduzirei nenhum dos argumentos para aumentar o dinamismo do artigo, por isto, sempre que eu citei Deus, me censurarei optando apenas pela possibilidade de existência.

 

O argumento ontológico é dividido da seguinte maneira:

  1. É possível que um ser de máxima grandeza exista;

  2. Um ser de máxima grandeza existe em um mundo possível;

  3. Se um ser de máxima grandeza existe em um mundo possível, então Ele, também, existe em todos os mundos possíveis;

  4. Se um ser de máxima grandeza existe em todos os mundos possíveis, então Ele, também, existe no nosso mundo;

  5. Um ser de máxima grandeza existe em nosso mundo;

  6. Logo, um ser de máxima grandeza existe.

 

Novamente, não explicarei as premissas neste artigo.

Graças ao argumento ontológico nós podemos saber, acerca de Deus, que:

Deus, por sua própria natureza, enquanto Ser de Máxima Grandeza, é apenas um Deus. Já que partindo do princípio da identidade, cujo afirma que: duas ou mais coisas cujas qualidades são idênticas, são a mesma coisa. Ser um ser de Máxima Grandeza, significa, justamente, que todas as suas qualidades são máximas e que você não possuí nenhum defeito. Em outras palavras, ser um ser de Máxima Grandeza, significa que você é perfeito. Em sendo perfeito, podemos deduzir, graças ao princípio da identidade, que se houvessem dois Deuses, estes dois seriam o mesmo ser; impossibilitando o politeísmo. Já que, se hipoteticamente, houvessem um Deus A e outro Deus B, estes dois seriam perfeitos, teriam, portanto, as mesmas qualidades, tendo assim, as qualidades idênticas e, portanto, sendo o mesmo ser.

 

2º A via do movimento de São Tomás de Aquino.

O Angelicum, em suas Sumas, dedicou uma parcela delas ao exclusivo ofício de provar a existência de Deus, para tal ele demonstrou cinco vias ou, em outras palavras, cinco caminhos para se chegar a Deus; são elas:

1 – Via do Movimento;

2 – Via da Causa eficiente;

3 – Via da Contingência;

4 – Via dos Graus do Ser (Ou via da Perfeição);

5 – Via pela Causa Final.

Neste pequeno ensaio me limitarei a utilizar, somente, a primeira via, a via do movimento, novamente eu coloco o adendo: Não vou me preocupar com a explicação e derivação das premissas (Talvez em um futuro artigo), aqui apenas as apresentarei.


 Podemos dividir o argumento do Santo da seguinte forma:

  1. Existem dois estados possíveis: Ato e Potência;

  2. Sendo Ato o estado atual do objeto e Potência o estado possível do objeto;

  3. Movimento é sair de um estado de potência para um estado de ato;

  4. Tudo o que existe só pode estar ou em Ato ou em Potência;

  5. Para que algo se mova, isto é mude do estado de Potência para de Ato, é necessário a existência de um motor que possibilite esse movimento;

  6. Não podem existir infinitos motores, haja vista que infinito significa sem começo, meio e nem fim, por consequência, considerando motores, se não há um primeiro, não há um segundo, terceiro, quarto, etc…;

  7. Portanto, é necessária a existência de um primeiro motor que é, por definição, imóvel.

Levando em conta a conclusão: “Portanto, é necessária a existência de um Primeiro motor que é, por definição, imóvel.” que se pode entender por “Primeiro motor imóvel”? Simples, em sendo o Primeiro motor, entendemos que não há motores anteriores a Ele, e por ser necessário existir um e, somente, um Primeiro motor, concluímos disto outro ponto demonstrando a impossibilidade do politeísmo, e em sendo imóvel, compreendemos que não há nada NEle que está em estado de potência. Em outras palavras, Ele é puro Ato e em sendo puro ato, Ele possuí todas as qualidades em Ato, de forma mais simples, novamente, Ele é perfeito. Isto nos leva, novamente, ao princípio da identidade: duas ou mais coisas cujas qualidades são idênticas, são a mesma coisa.

Impossibilitando que existam dois ou mais Deuses distintos.

 

 

3º Argumento Cosmológico Kalam

O argumento cosmológico pode ser separado nas seguintes premissas:

  1. Tudo que começa a existir tem uma causa.

  2. O universo começou a existir.

  3. Logo, o universo tem uma causa.

Certo, esse é o argumento, porém vale um adendo, ele possuí uma “segunda parte” da qual é desnecessária para o ponto que estamos, esta “segunda parte” aparecerá no futuro, neste mesmo artigo; por agora, nos limitaremos somente à primeira parte.

A conclusão desse argumento: “Logo, o universo tem uma causa.” é autodemonstrativo para o que quero provar, a impossibilidade do politeísmo, ele diz, claramente, o universo tem uma causa, não duas, nem três, mas apenas uma. Utilizando a segunda parte, eu poderia ir mais fundo nesse ponto, contudo, não vejo a necessidade disso, por agora.

 

Ao fim desses três argumentos podemos tirar as seguintes conclusões:

  1. Deus é uno;

  2. Deus é perfeito.

Com eles já podemos demonstrar que o politeísmo ou maniqueísmo ou qualquer outra religião ou ideia que sugira a existência de mais de um Deus, são, em si, incorretas.


DA IMPOSSIBILIDADE DE DEUS SER CRUEL.

 

Aqui refutarei esta absurda possibilidade, que já pode ser refutada por você caso tenha entendido bem a primeira parte do artigo. Para tal, utilizarei as conclusões que tiramos da primeira parte, somadas ao argumento moral, que apresentarei agora:

O argumento moral diz que, se valores morais objetivos, bem e mal, existem, então Deus existe. Ele pode ser estruturado da seguinte forma:

  1. A Lei Moral implica um Legislador Moral.

  2. Existe uma lei moral objetiva.

  3. Portanto, existe também um Legislador Moral objetivo.

 

O argumento todo se sustenta no pressuposto de que se nós sabemos o que é bem e mal é porquê existe um ser todo bom que possibilita esse nosso saber, já que sem um ser todo bom, um bem objetivo ou um mal objetivo não existiria. Novamente, não vou me prender a delongadas exposições, talvez em um artigo futuro.

Levando em conta que, segundo a nossa segunda conclusão, Deus é perfeito, Ele também é, por necessidade, todo bom; já que ser perfeito implica em ter todas as qualidades positivas no auge e não possuir defeitos, sendo assim, Ele é, por necessidade, todo bom.

E por existir uma Lei Moral objetivo, sabemos que é necessário que exista um Legislador Moral todo bom, em citação ao artigo do refutando o ateísmo: “Absolutamente puro no aspecto moral (ele é o padrão imutável de moralidade pelo qual todas as ações são medidas. Esse padrão inclui justiça e amor infinitos).”. Portanto, é impossível que Deus seja cruel ou maldoso de qualquer forma.

 

Conclusões até então:

  • Deus é uno;

  • Deus é perfeito;

  • Deus é todo bom.


DA IMPOSSIBILIDADE DO PANTEÍSMO.

Primeiramente, caso desconheçam este é o panteísmo: “O panteísmo é a crença de que absolutamente tudo e todos compõem um Deus abrangente, e imanente, ou que o Universo e Deus são idênticos”.

Para refutar tal posição, demonstrarei que Deus é, em si, infinito e, por consequência, não pode estar em seres finitos.

Para tal, utilizarei o argumento cosmológico completo, juntamente das conclusões anteriores.

 

Argumento Cosmológico Kalam:

Como já foi demonstrado, o argumento cosmológico inicia-se com as seguintes premissas e conclusão:

  1. Tudo que começa a existir tem uma causa.

  2. O universo começou a existir.

  3. Logo, o universo tem uma causa.

Nenhuma novidade até aqui, agora, contudo, analisaremos que atributos são necessários para que algo seja possível de ser a causa do universo.

Primeiro, é necessário entender um pouco acerca de causalidade, veja que, para A existir, A não pode ser a sua própria causa, isto levaria a existência de A a uma contradição, impossibilitando a sua existência, portanto para que esse algo A exista é necessário que exista algo anterior a A. Para fins análogos: O fogo primordial não pode ter se originado do próprio fogo, haja vista que, se fosse desta forma o fogo já teria de existir antes dele começar a existir, implicando numa contradição. Em outras palavras, o efeito não pode ser a sua própria causa, somente algo anterior ao efeito pode ser a causa deste.

Entendendo tal princípio podemos avançar.

  • O universo é constituído de matéria;

  • Portanto, a causa do universo é imaterial;

  • O universo é constituído de espaço-tempo;

  • Portanto, a causa do universo é atemporal e não-espacial;

  • O universo é físico;

  • Portanto, a causa do universo é metafísica;

  • Uma série de causas infinitas é impossível;

  • Portanto, a causa do universo é incausada;

  • O universo começou a existir;

  • Portanto, a causa do universo é um ser pessoal (Haja vista que um ser impessoal não pode escolher criar nada e, sendo a causa primeira, não pode ter sido levada a criar o universo, sem uma causa inteligente, pessoal, o universo nunca teria sido criado);

O universo é imensamente grande e, ainda, está em expansão;

Portanto, a causa do universo é imensamente poderosa.

Para algo ser a causa do universo, esse algo precisa, portanto, necessariamente, ser: imaterial, atemporal, não-espacial, metafísica,  incausada, imensamente poderoso e pessoal.

Tendo isto em vista, notamos uma contradição com o panteísmo: “O panteísmo é a crença de que absolutamente tudo e todos compõem um Deus abrangente, e imanente, ou que o Universo e Deus são idênticos”

 

Como pode tudo compor Deus se Deus, necessariamente, causou tudo? Compor Deus seria em primeiro lugar, uma contradição com o princípio da causalidade. Em segundo lugar, já sabemos que Deus é perfeito e tudo aquilo que existe fora Deus é imperfeito, haja vista que:

1º Objetos unicamente físico não podem ser perfeitos, por necessidade, já que um objeto unicamente físico, pode sempre, aumentar suas qualidades de alguma forma, seja em tamanho, forma, adornos, comprimento, etc…

2º Se um outro algo fora Deus fosse também perfeito, esse algo também seria Deus, ser perfeito significa possuir todas as qualidades positivas no auge e não possuir qualidades negativas (Em verdade, significa ser as próprias virtudes), nós, nisto inclui-se tudo o que existe no universo, temos nossas diferenças, sendo assim, não podemos ser todos perfeitos ao mesmo tempo.

Considerando isto, o fato de sermos imperfeitos, nos leva ao ponto de que, não importa a quantidade de seres imperfeitos, eles nunca se aproximaram da perfeição. Haja vista que, uma qualidade perfeita é uma qualidade infinita. Deus não é só muito poderoso, Ele é infinitamente poderoso; Deus não é só muito presente, Ele é onipresente; Deus não é somente muito sábio, Ele é onisciente. Qualidades perfeitas são qualidades infinitas, levando isto em conta, percebemos que não importa o quanto se some imperfeições, ou números finitos, para simplificar, ele nunca chegará ao infinito/perfeito. Para fins de facilitação: Pense, você bem sabe que 1+1=2, contudo quanto é infinito - 1? Ele continua sendo infinito, já que infinito não tem começo, meio e nem fim, se você retirar uma parcela do infinito, esta parcela ainda será infinita.

 

A outra possibilidade do panteísmo é ainda mais absurda: “ou que o Universo e Deus são idênticos”

Como pode o Criador ser idêntico a criação? Isto já fere o princípio de causalidade, já explicado acima.

Além de que, como algo causado pode, ao mesmo tempo, ser um Ser incausado? Como algo físico pode, ao mesmo tempo, ser metafísico. Enfim, são inúmeras contradições e, por questões temporais e de dinamismo, me limitarei a expor somente o que já foi demonstrado.

 

 

Conclusões até então:

  • Deus é uno;

  • Deus é perfeito;

  • Deus é todo bom;

  • Deus é imaterial;

  • Deus é atemporal;

  • Deus é não-espacial;

  • Deus é metafísico;

  • Deus é incausado;

  • Deus é imensamente poderoso;

  • Deus é pessoal.

 

Para reduzir a quantidade de itens que podemos concluir acerca de Deus, limitar-me-ei a enclausurar tudo aquilo que, pode ser considerado como perfeição, por enquanto.

 

Portanto, conclusões, enclausuradas, até então:

  • Deus é uno;

  • Deus é perfeito;

  • Deus é incausado;

  • Deus é pessoal.

PARTE II: DA NECESSIDADE DE JESUS SER DEUS

 

 

 

Retomando as conclusões:

  • Deus é uno;

  • Deus é perfeito;

  • Deus é incausado;

  • Deus é pessoal.


 Agora que nós abandonamos as impossibilidades, podemos prosseguir para a tentativa de montar esse quebra-cabeça Divino com, somente, as alternativas verdadeiras.

 

As alternativas que podem vir a ser a verdadeira são:

Judaísmo, Cristianismo, Islamismo ou outro conceito de Deus que siga as necessidades ontológicas de Deus, isto é, ser uno, ser perfeito, ser incausado e ser pessoal.

Para chegar a resposta correta, devemos, então demonstrar que um diferencial de uma das religiões é verdadeiro, assim, impossibilitando por Reductio ad absurdum, qualquer outra opção. E qual é esse diferencial? Parece-me claro, que Ele é Jesus.

Para tal, precisamos provar as seguintes coisas:

  • A existência de Jesus;

  • A divindade de Jesus.


 Então vamos ao primeiro ponto, acerca da existência de Jesus.

Que é necessário para que possa saber se alguém realmente existiu na história?

Com citações e feitos desta pessoa, então, nós dispomos de citações e feitos de Jesus? Sim, algumas das citações de Jesus extrabíblicas, foram feitas por:

Josefo; Tácito, historiador romano; Plínio, o Jovem, político romano; Flegon, escravo liberto que escrevia histórias; Talo, historiador do século I; Suetônio, historiador romano; Luciano, satirista grego; Celso, filósofo romano; Mara bar Serapion, cidadão reservado que escrevia para seu filho; e o Talmude. Mais citações de Jesus foram apresentadas no seguinte livro: Enciclopédia de apologética (p. 447-52) de Norman L. GEISLER.

Algumas citações do livro acerca de Cristo:

“Uma quantidade surpreendente de informação sobre Jesus pode ser extraída dos historiadores que foram contemporâneos dele ou viveram logo depois. Estes incluem: Tácito. Um romano do século 1 chamado Tácito é considerado um dos historiadores mais precisos do mundo antigo. Ele nos oferece o registro do grande incêndio de Roma, pelo qual alguns culparam o imperador Nero:

‘Mas nem todo o socorro que uma pessoa poderia ter prestado, nem todas as recompensas que um príncipe poderia ter dado, nem todos os sacrifícios que puderam ser feitos aos deuses, permitiram que Nero se visse livre da infâmia da suspeita de ter ordenado o grande incêndio, o incêndio de Roma. De modo que, para acabar com os rumores, acusou falsamente

as pessoas comumente chamadas cristãs, que eram odiadas por suas atrocidades, e as puniu com as mais temíveis torturas. Christus, o que deu origem ao nome cristão, foi condenado à morte por Pôncio Pilatos, durante o reinado de Tibério; mas, reprimida por algum tempo, a superstição perniciosa irrompeu novamente, não apenas em toda a Judéia, onde o problema teve início, mas também em toda a cidade de Roma.’”.

 

“Como os judeus, por instigação de Cherstus (Cristo), estivessem constantemente provocando distúrbios, ele os expulsou de Roma (Vida de Claúdio, 25.4).”.

 

“Nero infligiu castigo aos cristãos, um grupo de pessoas dadas a uma superstição nova e maléfica (Vida dos Césares, 26.2)”.

 

“Essas breves referências estabelecem algumas coisas. Havia um homem chamado Chrestus (ou Cristo) que viveu durante o século 1. Alguns judeus causaram tumultos relacionados a esse homem. Suetônio, ao escrever muitos anos mais tarde, não estava na posição de saber se os tumultos eram provocados por Chrestus ou pelos judeus contra seus seguidores […]” “Flávio Josefo (37/ 38-97) foi um revolucionário judeu que, na época da revolta judaica, passou a ser leal aos romanos para salvar sua vida. Tornouse um historiador, trabalhando sob o patrocínio do imperador Vespasiano. Seu: Antiguidades dos judeus data do início da década de 90 e contém duas passagens de interesse. A primeira refere-se a ‘Tiago, irmão de Jesus chamado Cristo’ (20.9). Isso confirma os fatos do Novo Testamento de que havia um homem chamado Jesus, que era conhecido como: ‘Cristo’ e teve um irmão chamado Tiago. A segunda referência é bem mais explícita e controversa: 

‘Por essa época surgiu Jesus, um homem sábio, se é que é correto chamá-lo de homem, pois operava obras maravilhosas […] tornou a aparecer-lhe vivo ao terceiro dia, tal como os profetas de Deus haviam predito essas e mais dez mil outras coisas a seu respeito’ (Antiguidades 28.33).”.

 

No Museu Britânico há um interessante manuscrito que preserva o texto de uma carta escrita um pouco depois de 73 A.D., embora não possamos precisar a data. Essa carta foi enviada por um sírio de nome Mara Bar-Serapião a seu filho Serapião. Na época Mara Bar-Serapião estava preso, mas escreveu para incentivar o filho na busca da sabedoria, tendo ressaltado que os que perseguiram homens sábios foram alcançados pela desgraça. Ele dá o exemplo de Sócrates, Pitágoras e Cristo:

“O que os judeus ganharam executando seu sábio Rei? Logo após esse fato o reino deles foi destruído… Mas Sócrates não morreu de vez; continuou vivo nos ensinamentos de Platão. Pitágoras não morreu de vez; continuou vivo na estátua de Hera. Tampouco o sábio Rei morreu de vez; continuou vivo nos ensinamentos que transmitiu.”

 

Assim, Mara Bar-Serapião confirma que Jesus era conhecido como um homem sábio e virtuoso, considerado por muitos como Rei de Israel, executado pelos judeus, e que continuou vivo nos ensinamentos de seus seguidores.

 

Plínio, o Jovem, era governador da Bitínia. Escreveu uma carta ao Imperador Trajano, onde dizia ter matado grande número de cristãos. Disse a respeito deles:

“Tinham o hábito de se reunir em dia determinado antes do amanhecer; cantavam um hino a Cristo, em estrofes alternadas, como se fosse a um deus, e faziam o juramento solene de não praticar o mal e nunca negar a verdade quando interpelados” (Epístolas 10:96).”

 

Suetônio era secretário-chefe do Imperador Adriano. Ele escreveu a Cláudio César:

“Como os judeus estavam constantemente provocando distúrbios, instigados por Chestus (grafia alternativa de Cristo), ele os expulsou de Roma (Life of Claudius 25.4).

 

Suetônio também escreveu:

 

“Nero fez os cristãos serem punidos, sendo esses um grupo que aderiu a uma superstição nova, nociva.” (Lives os the Caesas, 26.2).

 

Luciano de Samosata foi um escritor grego do segundo século que admite que Jesus foi adorado pelos cristãos, introduziu novos ensinamentos e foi por eles crucificado. Ele disse que os ensinamentos de Jesus incluíam a fraternidade entre os crentes, a importância da conversão e de negar outros deuses. Os Cristãos viviam de acordo com as leis de Jesus, criam que eram imortais, e se caracterizavam por desdenhar da morte, por devoção voluntária e renúncia a bens materiais.

 

Ele foi um escritor satírico, tendo zombado de Cristo e dos cristãos. Luciano relacionou os cristãos com as sinagogas da Palestina e referiu-se a Cristo como:

 

“…o homem que foi crucificado na Palestina porque introduziu uma nova seita no mundo… Além disso, o primeiro legislador dos cristãos os persuadiu de que todos eles seriam irmãos uns dos outros, após terem finalmente cometido o pecado de negar os deuses gregos, adorar o sofista crucificado e viver de acordo com as leis que ele deixou” (O Peregrino Passageiro).

 

Tácito, romano do primeiro século, que é considerado um dos mais precisos historiadores do mundo antigo, mencionou “cristãos” supersticiosos (“nomeados a partir de Christus”, palavra latina para Cristo), que sofreram nas mãos de Pôncio Pilatos durante o reinado de Tibério. Em seus Anais (parte XV), escreveu:

 

“… Nero infligiu as torturas mais refinadas a esses homens que sob o nome comum de cristãos, eram já marcados pela merecida das infâmias. O nome deles se originava de Cristo, que sob o reinado de Tibério, havia sofrido a pena de morte por um decreto do procurador Pôncio Pilatos…”.

 

O Talmude da Babilônia (Sanhedrin 43 a) confirma a crucificação de Jesus na véspera da Páscoa, e as acusações contra Cristo de usar magia e encorajar a apostasia dos judeus.

 

“… e penduraram-no na véspera da Páscoa”

 

O título que o Talmude dá a Jesus: “Ben Pandera (ou ‘Ben Pantere’)” e “Jeshu ben Pandera”. Muitos estudiosos afirmam que “pandera” é um jogo de palavras, um trocadilho com a palavra grega panthenos, que significa “virgem” chamando-o de “filho de uma virgem”.

 

Julio Africano cita o historiador Talo em uma discussão sobre as trevas que sucederam a crucificação de Cristo (Escritos Existentes, 18).

 

“Talo, no terceiro dos livros que escreveu sobre a história, explica essa escuridão como um eclipse do sol — o que me parece ilógico’ (é claro que é ilógico, pois um eclipse solar não poderia acontecer em época de lua cheia, e foi na época da lua cheia da Páscoa que Cristo morreu).”

 

Assim, a partir dessa citação percebemos que o relato dos Evangelhos acerca das trevas que se abateram sobre a terra por ocasião da crucificação de Cristo era bem conhecido, e exigia uma explicação naturalista por parte daqueles não-crentes que haviam testemunhado o acontecimento.

 

Tertuliano foi Jurista e teólogo de Cartago. Seus escritos constituem importantes documentos para a compreensão dos primeiros séculos do cristianismo. Ao fazer em 197 A.D. uma defesa do cristianismo perante as autoridades romanas na África, Tertuliano menciona a correspondência trocada entre Tibérío e Pôncio Pilatos:

 

“Portanto, naqueles dias em que o nome cristão começou a se tornar conhecido no mundo, Tibério, tendo ele mesmo recebido informações sobre a verdade da divindade de Cristo, trouxe a questão perante o Senado, tendo já se decidido a favor de Cristo. O Senado, por não haver dado ele próprio a aprovação, rejeitou a proposta. César manteve sua opinião, fazendo ameaças contra todos os acusadores dos cristãos” (Apologia, V.2).

 

Uma antiga Baraita, em que o rabino Eliezer é a personagem central, menciona Jesus pelo nome. As palavras entre colchetes pertencem à citação. E Eliezer quem fala:

 

“Ele respondeu: Akiba, você me lembrou! Certa vez eu estava caminhando pelo mercado de cima (a Tosefta traz ‘rua’) de Sefôris e encontrei um (dos discípulos de Jesus de Nazaré); seu nome era Jacó, proveniente de Kefar Sekanya (a Tosefta traz ‘Sakkanin’). Ele me disse: Está escrito na tua Lei – ‘Não trarás a paga de uma prostituta, etc’ O que se devia fazer com essa paga – uma latrina para o Sumo Sacerdote? Mas nada respondi. Ele me disse: Assim (Jesus de Nazaré) me ensinou (a Tosefta traz ‘Yeshu ben Pantere’): ‘Pela paga de uma prostituta ela os chama a si, e pela paga de uma prostituta eles voltarão’; do lugar de imundície eles vêm. E para o lugar de imundície eles irão. E essa frase me agradou, e, por causa disso, fui preso, acusado de Minuth. E eu transgredi o que está escrito na Lei; ‘mantém o teu caminho longe daqui’ – isto é de Minuth – ‘e não te aproximes da porta da residência dela’ – isto é, do governo civil”. 5/38

 

Esses parênteses encontram-se em Dikduke Sofrim para Abada Zara (manuscrito de Munique, edição de Rabinovitz).

 

Também há um vídeo do Willian Lane Craig em que ele comenta sobre isso: https://www.youtube.com/watch?v=fu1fChhZSac 



 Enfim, poderia lotar páginas e mais páginas, apenas com as referências histórias que comprovam a existência de Jesus, contudo, limitar-me-ei a usar apenas estas, para os interessados em mais referências, novamente, eu  linco aqui o livro: Enciclopédia de apologética (p. 447-52) de Norman L. GEISLER.

 

Certo, então o primeiro ponto já foi mais do que provado, entendido os fatos acima, podemos prosseguir.

Agora é necessário provar a Divindade de Jesus.

Para tal, planejo utilizar duas metologias:

1º Histórica, em que eu tentarei provar a veracidade do Novo Testamento e utilizarei ele em companhia de outros fatos históricos para demonstrar que o que ele diz acerca da Divindade de Jesus é real;

2º Lógica, em que eu utilizarei argumentos lógicos para provar que Jesus é, de fato, Deus.

 

Vamos começar pelo mais difícil, demostrar a veracidade do Novo Testamento, para tal, utilizarei a mesma linha de raciocínio do artigo: Qual é o Deus verdadeiro, já supracitado.

DOS FATOS FAVORÁVEIS À BÍBLIA

 

Aqui vou expor alguns argumentos complementares ao artigo, para demonstrar certos fatos que favorecem a crença na Bíblia.

 

A CONFIRMAÇÃO DA CONSTRUÇÃO DA TORRE DE BABEL USANDO BETUME.

 

Zigurate era uma espécie de templo construído pelos assírios, babilônios e sumérios, povos da Antiga Mesopotâmia. Esta construção tinha o formato de uma pirâmide, porém com a presença de espécies de degraus.

O maior e mais notável, como também o mais conhecido zigurate foi a Torre de Babel, relatado na bíblia, no livro de Genesis, no capítulo 11, dos versículos 1 ao 9. Supostamente, a localização da Torre de Babel seria entre os rios Tigre e Eufrates, na Mesopotâmia.  De acordo com a narrativa bíblica a torre teria sido construída pelos descendentes de Noé, na época em que o mundo inteiro falava apenas uma língua.

 

A soberba dos homens em se empenharem na empreitada de alcançar o mundo dos deuses teria causado a fúria de Deus, que, em forma de castigo, teria causado uma grande ventania para derrubar a torre e espalhado as pessoas sobre a Terra com idiomas diferentes, para confundi-las.

 

Parte do ziguarte contendo betume, como afirma a narrativa bíblica.
 

Na imagem acima podemos observar o bem preservado zigurate de Ur (Templo da Lua), no Iraque. O Zigurate de Ur foi construído para o deus da lua, Nanna, entre os anos de 2113 e 2096 a.C., e é um dos que se conservam em melhor estado, graças a Nabucodonosor II, cujo reinado durou entre 605 – 562 a.C., que ordenou sua reconstrução depois que os acádios o destruíram.

 

 O templo consistia em sete pavimentos e o santuário ficava no terraço superior. Acredita-se que na reconstrução tentou-se copiar a famosa Torre de Babel, hoje destruída. O acesso ao último pavimento era feito por escadarias intermináveis e estreitas que rodeavam os muros.”

 

“…Disseram uns aos outros: “Vamos fazer tijolos e queimá-los bem”. Usavam tijolos em lugar de pedras, e betume em vez de argamassa… (Genesis 11.3).”

 

 

Posteriormente, arqueólogos descobriram que os tijolos eram primeiramente queimados e depois colados com betume, um tipo de argamassa da época.

O fato curioso é que a Bíblia relata exatamente a forma como os zigurates eram construídos, e é essa a mesma conclusão que chegaram os especialistas.

 

Não podemos, com isso, concluir que esse zigurate ou os diversos outros encontrados naquela região é de fato a Torre de Babel. Mas podemos ter certeza de que o relato bíblico é o único que descreve com clareza quando essas magníficas torres foram, porque foram e como foram levantadas.


A AFIRMAÇÃO DA GENÉTICA DE QUE TODOS OS SERES HUMANOS VIERAM DE UMA MESMA MULHER.

 


 

A Dra. Rebecca L. Cann, do Departamento de Biologia da Universidade da Califórnia, em Berkeley, realizou uma pesquisa com o intuito de descobrir a origem da raça humana através do mtDNA (DNA Mitocondrial). Rebecca e a equipe realizaram testes com 147 indivíduos, das cinco populações geográficas do nosso planeta, de todos os grupos de seres humanos, e concluiu que todos possuíam um mtDNA idêntico. Portanto, todos teriam uma mesma ancestral em comum: a Eva Mitocondrial.

 

“Chamou Adão à sua mulher Eva, porque era a mãe de todos os viventes. (Genesis 3:20)”

 

Para tentar se esquivar das implicações religiosas que isto teria, muitos cientistas também tentaram descobrir quando e onde a primeira mulher haveria surgido. A conclusão deles foi que ela era africana e surgiu há pelo menos 200 mil anos – Contrariando a história dos 6000 anos bíblicos –. Essa conclusão veio principalmente por meio de métodos baseados em datação radiométrica.

 

Porém, mais tarde investigadores baseando-se no DNA de um antigo czar russo, os investigadores descobriram que talvez o DNA mitocondrial esteja a sofrer mutações 20 vezes mais rápido do que se pensava

 

Os autores também fazem referência a um outro estudo onde os investigadores sequenciaram 610 pares de base do DNA mitocondrial de 357 indivíduos de 134 famílias diferentes e repararam que as mutações ocorrem com muito mais frequência do eles pensavam. Estudos evolutivos anteriores fizeram os investigadores pensar que iriam encontrar uma mutação a cada 600 gerações (uma a cada 12.000 anos). No entanto, ficaram “estonteados” por encontrarem alterações em 10 pares de base, o que dá uma mutação a cada 40 gerações (uma a cada 800 anos).

 

Trecho do texto original:

 

“researchers have calculated that “mitochondrial Eve”–the woman whose mtDNA was ancestral to that in all living people–lived 100,000 to 200,000 years ago in Africa. Using the new clock, she would be a mere 6000 years old.” – (Os investigadores calcularam que a “Eva mitocondrial” – a mulher cujo DNA foi ancestral de todos os seres humanos – viveu entre 100.000 a 200.000 anos atrás em África. Utilizando o novo relógio, ela teria uns meros 6000 anos).

 
OS RELATOS DO DILÚVIO

 

Como já apontei, um dos pontos para se saber se algo existiu historicamente, é observar a quantidade de citações do mesmo evento por diferentes pessoas. No caso do Dilúvio, isto acontece de forma massiva. Não são somente relatos pessoais, mas culturais:

“ […] O DILÚVIO É UM ACONTECIMENTO UNIVERSAL Os ‘antropologistas’ dizem que há mais de 270 narrativas do dilúvio em povos e culturas diferentes do mundo, e todas elas, coincidentemente, são no início destas civilizações. […] Para a civilização ocidental, a história mais conhecida a respeito do dilúvio é a da Arca de Noé, segundo a tradição judaico-cristã. O Dilúvio também é descrito em fontes americanas, asiáticas, sumérias, assírias, armênias, egípcias,  persas, gregas e outras, de forma basicamente semelhante ao episódio bíblico, porém algumas civilizações se relata sobre inundações em vez de chuvas torrenciais: uma divindade decide limpar a Terra de uma humanidade corrupta, ou imperfeita, e escolhe um homem bom aos seus olhos para construir uma arca para abrigar sua criação enquanto durasse a inundação. Na mitologia judaica, Javé estava disposto a acabar com toda a humanidade, porém Noé foi agraciado por Ele, pois era um varão temente a seu Deus e não se deixou corromper. Após um certo período, a água baixa, a arca fica encalhada numa montanha, os animais repovoam o planeta e os descendentes de tal homem geram todos os povos do mundo.”

 

Segue uma série dessas narrativas acerca do dilúvio:

“Dilúvio Judaico : segundo a Bíblia, Noé, seguindo as instruções divinas, constrói uma arca para a preservação da vida na Terra, na qual abriga um casal de cada espécie animal, bem como a ele e sua família, enquanto Deus, exercendo julgamento sobre os ante-diluvianos (povo de ações perversas), inundava toda a Terra com uma chuva que durararia quarenta dias e quarenta noites. Após alguns meses, quando as águas começaram a baixar, Noé enviou uma pomba, que lhe trouxe uma folha de oliveira. A partir daí, os descendentes de Noé teriam repovoado a Terra, dando origem a todos os povos conhecidos. Na esfera cultural hebraica primitiva, o evento do Dilúvio contribuiu para o estabelecimento de uma identidade étnica entre os diferentes povos semíticos (todos descendentes de Sem, filho de Noé), bem como sua distinção dos outros povos ao seu redor (cananeus, descendentes de Canaã, neto de Noé, núbios ou cuxitas, descendentes de Cuxe, outro neto de Noé, etc.). No Antigo Testamento, Noé amaldiçoa Canaã e abençoa Sem, o que serviria mais tarde como uma das justificativas para a invasão e conquista da terra dos cananeus pelas Tribos de Israel Após o período diluviano, procura-se até os dias de hoje os restos da Arca, que segundo alguns historiadores realmente encontra-se no Monte Ararat. Mas não existe como precisar a localização, já que a região é bem acidentada, e vasta.

 

Judaico-cristãos: Esta versão é considerada real por Criacionistas. Ainda na Bíblia, Jesus faz referência ao evento, no Livro de Mateus,

 

“E, como foi nos dias de Noé, assim será também a vinda do Filho do homem. Porquanto, assim como, nos dias anteriores ao dilúvio, comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, E não o perceberam, até que veio o dilúvio, e os levou a todos, assim será também a vinda do Filho do homem.” (Mateus 24:37-39)

 

Igualmente, outros textos judaico-cristãos considerados apócrifos, tais como o Livro de Enoque, dizem que a história do dilúvio não somente foi um castigo aos homens que fizeram o mal, mas principalmente contra um grupo de anjos chamados vigilantes, e seus filhos gigantes, chamados nephillim. Estes seres, segundo estes textos haviam sido os causadores de um grande desequilíbrio entre os homens.Desta forma se uniriam as histórias destes seres nomeados en Gênesis. Esta versão do dilúvio bíblico se veria apoiada por uma passagem no Livro da Sabedoria.

 

Sudoeste da Tanzânia: Fala de rios que começaram a inundar. Que um deus disse para duas pessoas entrar em uma embarcação. Ele lhes disse para separar sementes e animais. As águas cobriram as montanhas. Finalmente, o dilúvio parou. Então um dos homens, querendo saber se a água secou soltou uma pomba. A pomba retornou. Mais tarde, ele solta um “falcão”, que não retornou. Em seguida, os homens deixaram o barco e levou os animais e as sementes com eles.

 

China: Uma tradição chinesa conta a respeito da família de Fa-He que foi salva de um grande Dilúvio, enviada pelos céus por causa da rebelião humana. Enquanto o mundo inteiro foi inundado, Fa-He, sua esposa, seus três filhos e três filhas foram salvos numa Arca. Eles então repovoaram a terra. Fa-He é considerado o fundador da civilização chinesa.

 

Babilônia – Gilgamesh, o héroi do grande épico, encontrou o velho Utnapshtim, que havia se tornado um deus em virtude da sua bondade e obediência aos deuses, salvando a humanidade e os animais de um grande dilúvio. Utnapshtim relatou sua história a Gilgamesh. Os deuses vieram a Utnapshtim para avisá-lo da chegada de um terrível dilúvio. Eles mandaram que parasse seu trabalho, derrubasse sua casa e começasse a trabalhar imediatamente na construção de um grande barco com cento e vinte cúbitos de comprimento e cento e vinte cúbitos de largura. Ele devia vedar o barco com madeira e piche; devia levar animais de todas as raças, tanto machos quanto fêmeas, assim como sua família, provisões, ouro, prata e outras riquezas. Depois que o barco ficou pronto, começou a chover torrencialmente. O dilúvio foi tão terrível que até mesmo os deuses ficaram assustados. Ea, o deus das águas que havia causado o dilúvio, viu que a catástrofe havia sido muito pior do que o planejado. Ishtar, a deusa da beleza, que havia falado de maneira maligna na assembléia dos deuses, causando o dilúvio, gemeu ao ver seus filhos “transformados em barro” como resultado dos seus atos. Durante 6 dias e noites, um vento soprou sobre o dilúvio, e o clima se acalmou. Enquanto as águas baixavam, ficou claro que a terra havia sido devastada, e todas suas criaturas haviam sido aniquiladas, Utnapshtim baixou sua cabeça e chorou. O barco finalmente pousou sobre o topo do Monte Nirsir, ao norte. Sete dias depois, Utnapishtim soltou uma pomba. Como não havia terra onde pousar, ela voltou ao barco. Então ele enviou uma andorinha, mas ela também retornou. Finalmente, ele enviou uma gralha, e ela nunca voltou, Utnapshtim então soube que podia deixar o barco. E a deusa Ishtar jogou seu colar aos céus como promessa de que nunca mais haveria um dilúvio formando assim o arco-íris. Chaldean

 

Caldeus: O deus Chronos advertiu Xisuthrus de uma inundação que viria e disse-lhe para construir um barco. O barco estava a cinco estádios por dois estádios. Deveria entrar no barco sua família, amigos e dois de cada animal (macho e fêmea). Veio o dilúvio. Quando as águas começaram a baixar, ele soltou algumas aves. Elas voltaram e ele percebeu que tinha lama em seus pés. Ele tentou novamente e obteve os mesmos resultados. Quando tentou pela terceira vez, as aves não retornaram. Assumindo que a água tinha secado as pessoas saíram do barco e ofereceu sacrifícios aos deuses.

 

Indía: Há muito tempo, um homem chamando Manu estava se lavando. Quando ele colocou a mão na jarra d’água para lavar as mãos, retirou um pequeno peixe. O peixe falou com ele: “Se você tomar conta de mim e me proteger até que eu esteja totalmente crescido, irei salvá-lo de coisas terríveis que estão por vir”. Manu perguntou ao peixe: “O que está dizendo? Que coisas terríveis?” O peixe contou a Manu que haveria um grande dilúvio que destruiria todos os seres humanos da terra. Então, o peixe instruiu Manu para que o colocasse numa jarra de barro por segurança, e Manu obedeceu. À medida que o peixe crescia, Manu ia colocando-o em jarras de barro cada vez maiores, até que o peixe ficou totalmente crescido e pôde ser colocado no mar em segurança. Logo o peixe se tornou um ghasha, um dos maiores peixes do mundo. O peixe mandou Manu construir um grande barco, já que faltavam poucos meses para o dilúvio. Quando as chuvas começaram, Manu amarrou uma corda do seu barco ao ghasha, que guiou-o em segurança enquanto as águas subiam. As águas subiram tanto que toda a terra foi coberta. Quando as águas baixaram, o ghasha guiou Manu ao topo de uma montanha.

 

Austrália: Existe uma lenda de um dilúvio chamado Dreamtime inundação. Riding sobre este dilúvio foi a woramba, ou o Gumana Ark. Nesta arca foi Noé, aborígenes, e vários animais. Esta arca pousou na planície de Djilinbadu onde ele ainda pode ser encontrado. Eles afirmam que a história do homem branco sobre a arca repousando no Médio Oriente é uma mentira que foi iniciada para manter os aborígenes na subserviência. Esta lenda é, sem dúvida, o produto das lendas aborígenes fusão com os missionários de visitar, e lá não parece ser todas as histórias cheias nativo da Austrália.

 

Grécia: A mitlogia grega relata a história de um grande dilúvio produzido por Poseidon, que por ordem de Zeus havia decidido pôr fim à existência humana, uma vez que estes haviam aceitado o fogo roubado por Prometeu do Monte Olimpo. Deucalião e sua esposa Pirra foram os únicos sobreviventes. Prometeu disse a seu filho Deucalião que construísse uma arca e nela introduzisse uma casal de cada animal, de forma análoga à Arca de Noé. Assim estes sobreviveram. Ao terminar o dilúvio, a arca de Deucalião pousou sobre o Monte Parnaso, onde estava o Oráculo de Temis. Deucalião e Pirra entraram no templo, para que o oráculo lhes dissesse o que deviam fazer para voltar a povoar a Terra, e a deusa somente lhes disse:”Voltem aos ossos de suas mães” Deucalião e sua mulher adivinharam que o oráculo se referia às rochas.Destas formas, as pedras tocadas por Deucalião se converteram em homens, e as tocadas por Pirra em ninfas ou deusas menores, por que ainda não se havia criado a mulher.

 

México: Os nativos de Toltec tinham uma lenda dizendo que a criação original tinha durado 1716 anos, e foi destruída por um Dilúvio, onde somente uma família sobreviveu.

 

Astecas: Eles contavam que um homem chamado Tapi, que era piedoso, foi avisado pelo criador que ele deveria construir uma arca. Ele foi instruido a levar sua esposa, um par de cada animal que estava vivo para sua Arca. Naturalmente todos pensaram que ele estava louco. Mas, começou a chover e veio o Dilúvio. Os homens e animais tentaram escalar as montanhas, mas as montanhas foram inundadas também. Finalmente a chuva parou. Tapi soltou uma pomba e ela não retornou. No manuscrito asteca denominado como Código borgia, há a história do mundo dividido em idades, das quais a última terminou com um grande dilúvio produzido pela deusa Chalchihuitlicue.

 

Estados Unidos: Há muitas lendas entre as tribos indígenas. Segundo a tribo Ojibwe que tem vivido no Minnesota desde 1400, houve um tempo em que a harmoniosa maneira de viver cessou. Homens e mulheres começaram a se desrespeitar, famílias e tribos começaram a brigar entre si. Isto entristeceu Gitchie Manido (o Criador), mas ele esperou. Quando parecia não haver mais esperança, o Criador decidiu purificar a Mãe Terra através do uso da água. As águas vieram, inundaram a terra e pegaram todos de surpresa. Somente poucos seres viventes sobreviveram. Waynaboozhoo sobreviveu agarrado à um tronco de madeira (flutuando) juntamente com outros animais.

 

Índios Delaware: Na época primitiva, o mundo vivia em paz, mas um espírito do mal entrou e causou uma grande inundação. A terra foi submersa. A poucas pessoas se refugiaram nas costas de uma tartaruga, tão velho que sua concha havia recolhido o musgo. Um mergulhão voou sobre suas cabeças e orou foi a mergulhar sob a água e levar até a terra. É encontrado apenas um mar sem fundo. Então, o pássaro voou para longe, voltou com uma pequena porção de terra em sua conta, e orientou a tartaruga para um lugar onde havia uma mancha de terra seca.

 

Dilúvio Inca: Na mitologia dos incas, Viracocha destruiu os gigantes com uma grande inundação, e duas pessoas repovoaram a Terra (Manco Capac e Mama Ocllo mais dois irmãos que sobreviveram. A religião é um forte elo entre as várias culturas andinas, sejam elas pré-incaicas ou incas. A imposição do Deus Sol é um forte elemento da crença e dominação através do mental, ou seja, daquilo que permanece impregnado por gerações nas concepções e mentalidades destas culturas, adorando o Deus imposto e entendendo ser ele o mais importante. Pedro Sarmiento de Gamboa, cronista espanhol do século XVI, relata como os Incas narravam sua criação e as lendas que eram passadas através da oralidade de geração em geração, desde o surgimento de Viracocha e seus ensinamentos, procurando definir um homem que o venerasse e fosse pregador de seus conhecimentos. Em algumas tentativas de criar este homem, Viracocha acaba punindo-o com um grande dilúvio pela não obediência como comenta Gamboa(2001),:

 

Mas como entre ellos naciesen vicios de soberbia y codicia, traspasaron el precepto del Viracocha Pachayachachi ,que cayendo por esta trasgresión en la indignación suya, los confundió y maldijo. Y luego fueron unos convertidos en piedras y otros en formas, a otros trago la tierra y otros el mar,y sobre todo les envió un diluvio general, al cual llaman uñu pachacuti , que quiere decir “agua que trastornó la tierra”. Y dicen que llovió sesenta días y sesenta noches, y que se anegó todo lo creado, y que solo quedaron algunas señales de los que se convierteron en piedras para memoria del hecho y para ejemplo a los venideros en los edificios de pucara que es sesenta leguas del Cuzco. (p. 40)

 

A narração do dilúvio está presente entre muitos povos e culturas por todo o mundo. O início de tudo, ou seja, a criação, é um fator muito importante para estabelecer relações e explicações sobre o que não se conhece e o que não foi vivido. Assim, os mitos e lendas buscam criar uma ancestralidade, um ponto em comum que defina a origem e o começo do cosmos e tudo existente nele, ou seja, o conhecer de si mesmo, do próprio homem inserido na natureza, buscando sua sobrevivência e continuidade de sua existência e a harmonia com os elementos naturais e sobrenaturais.

 

Groelândia: A terra foi virada e todos os homens morreram afogados, exceto um homem e uma mulher que repopularam a terra.

 

Egito: Os egípcios tinham uma lenda de que os deuses certa vez purificaram a terra com um grande Dilúvio. Apenas uns poucos pastores escaparam.

 

Inglaterra: Os druídas tinham uma lenda que o mundo tinha sido repopulado através de um justo patriarca que tinha sido salvo de um Dilúvio numa Arca. O Dilúvio foi enviado para destruir o homem por causa de sua iniquidade.

 

Polinésia: Eles tinham estórias do dilúvio em que 8 pessoas tinham sido salvas.

 

Ilhas Fiji: Os habitantes de Fiji contam que no Dilúvio só se salvaram 8 pessoas.

 

Perú: Os peruanos dizem que um homem e uma mulher se salvaram num caixão que ficou flutuando nas águas da inundação.

 

Uro: O povo uro (ou uru), que habita próximo ao Lago Titicaca, crê numa lenda que diz que depois do dilúvio universal, foi neste lago onde se viram os primeiros raios do Sol.

 

Maia: A mitologia do povo maia relata a existência de um dilúvio enviado pelo deus Huracán. Segundo o Popol Vuh, livro que reúne relatos históricos e mitológicos do grupo étnico maia-quiché, os deuses, após terminarem a criação do mundo, da natureza e dos seres vivos, decidiram criar seres capazes de lhes exaltar e servir. São criados então os primeiros seres humanos, moldados em barro. Porém, esses seres de barro não eram resistentes ao clima e à chuva e logo se desfizeram em lama. Então, os deuses criaram o segundo tipo de seres humanos, à partir de madeira. Essa segunda humanidade, ao contrário da primeira, prosperou e rapidamente se multiplicou em muitos povos e cidades (tudo indica que é nessa época da segunda humanidade que se passam as aventuras dos gêmeos heróis Hunahpú e Ixbalanqué contra os senhores de Xibalba). Mas esses seres feitos de madeira não agradaram aos deuses. Eles eram secos, não temiam aos deuses e não tinham sangue. Se tornaram arrogantes e não praticavam sacrifícios aos seus criadores. Então, os deuses decidem exterminar essa segunda humanidade através de um dilúvio. Ao contrário da maioria dos outros relatos conhecidos sobre dilúvios, nenhum indivíduo foi poupado. Após a catástrofe, a matéria prima utilizada para moldar os novos seres humanos foi o milho. Foram criados quatro casais, que são considerados os oito primeiros índios quiché. Eles deram origem às três famílias fundadoras da Guatemala, pois um dos casais não deixou descendência.

 

Pascuenses: A tradição do povo da Ilha de Páscoa diz que seus ancestrais chegaram à ilha escapando da inundação de um mítico continente, ou ilha, chamado Hiva.

 

Mapuche: Nas tradições do povo Mapuche igualmente existe uma lenda sobre uma inundação do lugar deste povo (ou do planeta). A lenda se refere à história das serpentes, chamadas Tentem Vilu e Caicai Vilu.

 

O DESAPARECIMENTO DE ATLANTIDA: Alguns alegam que o Dilúvio foi a causa do desaparecimento de um grande continente que foi engolido pelas águas. No caso nos vem a mente Atlântida, outros referem-se a Lemúria (Império Mu), que é anterior aos atlantes. De qualquer forma parece que todos os povos falam da fatalidade da humanidade com o elemento água.”

 

Outro ponto em favor do dilúvio universal é o pergaminho de 2000 anos encontrado no Mar Morto entre 1947 e 1956.

O dito cujo narra uma história em primeira pessoa de um personagem pós dilúvio, segundo a notícia:

“O pergaminho agora exposto, ou Gênesis apócrifo, é um dos textos mais misteriosos dos primeiros sete rolos encontrados.

 

“Era de longe o documento em pior estado” explicou Adolfo Roitman, diretor do Santuário do Livro, ala do Museu que hospeda os manuscritos.

 

O pergaminho é do século I antes de Cristo e está escrito em aramaico. Contém o relato transmitido nos capítulos seis, sete e oito do Gênesis.

 

Dessa maneira temos outra fonte que nos fala de Abraão e Noé. Não se trata de uma mera reprodução da Bíblia, pois contém algumas diferencias ponderáveis, algo comum nos livros apócrifos.

 

[...] O pergaminho exposto em Jerusalém narra o fim do dilúvio universal em primeira pessoa, como se fosse o próprio Noé escrevendo a história. Na versão oficial do Gênesis, a primeira coisa que fez Noé saindo da arca junto com sua família foi erigir um altar e oferecer um sacrifício a Deus. No apócrifo em questão se lê que Noé fez o sacrifício dentro da arca.

 

Em qualquer caso, estamos diante de um texto de outra procedência que confirma o essencial do relato bíblico do dilúvio, confirmando-o colateralmente como fato histórico.”

Um vídeo falando acerca do pergaminho: https://www.youtube.com/watch?v=p8ccToU_-s4



 

DA VERACIDADE DO NOVO TESTAMENTO

 

Para demonstrar a veracidade do novo testamento eu utilizarei duas metodologias, a primeira é baseado no “Teste de credibilidade” retirado do livro: “Defenda a sua Fé” de Joe Coffey. Ele é um método baseado no método histórico para sabermos se um documento histórico é ou não é verdadeiro. O segundo método será baseado no artigo supracitado do Refutando o ateísmo.

 

“Há três questões que nos permitem testar a credibilidade:

1. Qual é o grau de credibilidade do testemunho oral?

2. Qual é o grau de credibilidade do testemunho escrito dos autores?

3. Qual é o grau de credibilidade das evidências complementares?

No Novo Testamento, temos testemunhos orais de pessoas que foram citadas nos vários livros da Bíblia, sem terem elas mesmas efetuado o registro dos relatos. Jesus é o maior exemplo disso. Temos também os testemunhos escritos de Mateus, Marcos, Lucas, João,

Paulo, Pedro, Tiago, Judas e do autor de Hebreus.” Defenda sua Fe (P. 31) Joe Coffey.

 

O autor prova seu ponto:

“As pessoas que dão testemunho — oral ou escrito — são chamadas testemunhas. E os historiadores concordam com o fato de que a testemunha ocular é, de longe, o melhor tipo de testemunha. Testemunhas oculares dos acontecimentos relatados nos Evangelhos. Quando Lucas se pôs a escrever seu evangelho, começou da seguinte maneira:

“Visto que muitos têm empreendido uma narração coordenada dos fatos que se realizaram entre nós, transmitidos pelos que desde o princípio foram suas testemunhas oculares e ministros da palavra, pareceu adequado também a mim, excelentíssimo Teófilo, depois de investigar tudo cuidadosamente desde o começo, escrever-te uma narrativa em ordem.” Defenda sua Fé (P. 31, 2) Joe Coffey.

 

Antes de prosseguir com os testemunhos, antecipo que alguns possam dizer que: “Você não pode usar o testemunho dos apóstolos como um testemunho válido porque foram eles que escreveram os testemunhos”, esta afirmativa é um completo absurdo, tão absurdo quanto afirmar que o testemunho de um Judeu que sofreu num campo de concentração não pode ser levado em conta porque foi ele quem escreveu/deu o testemunho.

Outro ponto, que eu abordarei depois é a ideia de que os Apóstolos estavam ganhando ou perseguindo ganhar algo para escrever os testemunhos, isto eu refutarei depois, por agora, seguiremos com os testemunhos.

 

Continuando com a citação do livro:

“Como você pode ver, Lucas deixou perfeitamente claro que tudo o que escreveria proviria de fontes que eram testemunhas oculares. No caso do apóstolo Pedro, até mesmo esse grau de distinção é eliminado. Ele não apenas entrevistou e citou testemunhas oculares; ele mesmo era uma testemunha ocular. Assim ele escreveu em seu relato: ‘Porque não seguimos fábulas engenhosas quando vos fizemos conhecer o poder e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, pois fomos testemunhas oculares da sua majestade’. Pedro foi outro autor que também esteve lá em pessoa.

De todas as testemunhas oculares da vida de Jesus Cristo, o apóstolo João

talvez tenha sido a que teve mais intimidade com ele. João fez questão de deixar claro que seu testemunho era de primeira mão, quando escreveu o seguinte: O que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com nossos olhos, o que contemplamos e nossas mãos apalparam, a respeito do Verbo da vida (pois a vida foi manifestada, nós a vimos, damos testemunho dela e vos anunciamos a vida eterna que estava com o Pai e a nós foi manifestada). Sim, o que vimos e ouvimos, isso vos anunciamos… Em muitos casos hoje em dia, são aceitos como fato histórico os testemunhos de segunda, de terceira e até mesmo de quarta mão. Mas aqui, no caso do Novo Testamento, temos relatos de testemunhas oculares (testemunho tanto oral quanto escrito) de fontes múltiplas e altamente pessoais, fornecidos nos próprios documentos. Tudo isso garante um nível impressionantemente alto de credibilidade. E as provas só ficam melhores a partir desse ponto.

Testemunhas oculares que viveram na mesma época umas das outras.

Sempre e em todo lugar que os apóstolos pregavam, eles se dirigiam a pessoas que tinham vivido no momento e no lugar em que Jesus vivera, ensinara e realizara milagres. Por exemplo, no primeiro sermão de Pedro, ele diz: “Homens israelitas, escutai estas palavras: Jesus, o Nazareno, homem aprovado por Deus entre vós com milagres, feitos extraordinários e sinais, que Deus realizou entre vós por meio dele, como bem sabeis…” Mais tarde, Paulo aparece dando uma resposta a um rei e, basicamente, diz o seguinte: “Não creio que algo disso lhe seja desconhecido; porque essas coisas não aconteceram em algum canto, às escondidas”

 

E para complementa a importância da existência de testemunhas oculares que viveram na mesma época o autor dá um exemplo:

“Considere o fato de que John F. Kennedy foi assassinado em 1963. Agora, suponhamos que eu estivesse tão fissurado por Kennedy que me considerasse seu discípulo e quisesse iniciar uma seita em minha cidade em torno da pessoa dele. E suponhamos que eu soubesse que teria de exagerar e mentir para conferir à seita o impulso necessário, mas usasse a desculpa sempre bem-vinda de que os fins justificam os meios. Eu começaria pregando:

— O presidente Kennedy foi um grande homem, mas foi muito mais que isso. Quando esteve aqui em Hudson, por ocasião de sua campanha eleitoral, saiu de seu carro, curou muitos cegos e doentes e, em seguida, dirigindo-se a um dos velórios da cidade, ressuscitou algumas pessoas dentre os mortos!

Alguém diria:

— Espere um minuto! Eu estava lá nesse dia, e nada disso aconteceu!

Eu desconsideraria o arroubo e diria:

— E mais uma coisa: na tarde seguinte, Kennedy pegou um McLanche Feliz

e alimentou toda a cidade com ele.

E outra pessoa diria:

— Seu maluco! Eu estava em Hudson no dia seguinte, e ele não fez nada do tipo!

Talvez fosse nesse momento que eu desistiria do meu plano de iniciar a seita Kennedy. Como os apóstolos contaram suas histórias sobre Jesus a pessoas que estavam vivas na época e no local em que Jesus viveu, o testemunho deles é da mais elevada credibilidade. Porque, se suas histórias tivessem sido inventadas, um dia a verdade viria à tona.” Defenda sua Fé (P. 32-3) Joe Coffey.

 

Imagine agora este exemplo ao extremo, em que um grupo de pessoas passa a curar cidades inteiras e uma delas, inclusive, ressuscitou mortos, além de ressuscitar a si próprio, é mais do que evidente, que tal história, caso fosse falsa, criaria uma onda de contestações, contudo, isto não aconteceu, o que implica que a história, muito provavelmente, é verdadeira.

Tendo concluído a primeira metodologia, que já me parece mais do que o suficiente para evidenciar que o Novo Testamento não mentiu acerca das habilidades extraordinárias de Jesus. Posso apresentar o segundo método, que pode ser resumindo em: Falta de vantagem dos autores em criar o Novo Testamento. Sendo deduzido pelos seguintes pontos:

 

(01) Os autores do Novo Testamento incluíram detalhes embaraçosos sobre si mesmos:

  • Eles são tolos — por diversas vezes, não entenderam o que Jesus estava dizendo (Marcos 9:32; Lucas 18:34; João 12:16).

  • Eles são apáticos — caíram no sono duas vezes quando Jesus lhes pediu que orassem (Marcos 14:32-41). Mais tarde, os autores do Novo Testamento acreditam que Jesus é homem-Deus, contudo admitem que caíram no sono duas vezes diante dele em sua hora de maior necessidade! Além disso, não fazem nenhum esforço para dar a seu amigo um sepultamento adequado, mas registram que Jesus foi sepultado por José de Arimatéia, um membro do Sinédrio — a própria corte que havia sentenciado Jesus à morte.

  • Eles foram advertidos — Pedro é chamado de “Satanás” por Jesus (Marcos 8:33), e Paulo repreende Pedro por estar errado numa questão teológica. Paulo escreve: “Quando, porém, Pedro veio a Antioquia, enfrentei-o face a face, por sua atitude condenável” (Gálatas 2:11); tenha em mente que Pedro é um dos pilares da igreja primitiva, e, aqui, Paulo está incluindo nas Escrituras que ele estava errado!

  • Eles são covardes — todos os discípulos, com exceção de um, escondem-se quando Jesus vai para a cruz. Pedro até mesmo o nega três vezes depois de prometer explicitamente “… eu nunca te abandonarei!” (Mateus 26:33-35). Nesse meio tempo, enquanto os outros homens estavam escondendo-se com medo dos judeus, mulheres corajosas levantam-se a favor de Jesus e são as primeiras a descobrir o túmulo vazio.

  • Eles duvidam — apesar de terem sido informados diversas vezes de que Jesus ressuscitaria dos mortos ao terceiro dia (2:18-22; 3.14-18; Mateus 12:39-41; 17:9, 22,23), os discípulos têm dúvidas quando ouvem sobre sua ressurreição. Alguns duvidam até mesmo depois de tê-lo visto já ressuscitado (Mateus 28:17)!

 

(02) Os autores do Novo Testamento incluíram detalhes embaraçosos e dizeres difíceis de Jesus:

  • Foi considerado “fora de si” por sua mãe e seus irmãos (sua própria família), que vieram buscá-lo com o objetivo de levá-lo para casa (Marcos 3:21,31);

  • É abandonado por muitos de seus seguidores (João 6:66);

  • Desfez dos “judeus que haviam crido nele” (João 8:30,31), a ponto destes quererem apedrejá-lo (v. 59);

  • É chamado de “beberrão” (Mateus 11:19);

  • É chamado de “endemoninhado” (Marcos 3:22; João 7:20; 8:48);

  • É chamado de louco (João 10:20);

  • Tem seus pés enxugados pelos cabelos de uma prostituta (fato que tinha o potencial de ser visto como uma provocação sexual — Lucas 7:36-39);

  • É crucificado pelos judeus e pelos romanos, apesar do fato de “qualquer que for pendurado num madeiro está debaixo da maldição de Deus” (Deuteronômio 21:23; cf. Gálatas 3:13).

  • Parece predizer incorretamente que voltará à terra dentro de uma geração (Mateus 24:34);

  • Diz em relação à sua segunda vinda que ninguém sabe a hora, “nem os anjos dos céus, nem o Filho” (Mateus 24.36);

  • Parece negar sua divindade ao perguntar ao jovem rico “Por que você me chama bom? [ … ]. Não há ninguém que seja bom, a não ser somente Deus” (Lucas 18:19);

  • É visto amaldiçoando uma figueira por não ter figos quando não era época de figos (Mateus 21:18);

  • Parece incapaz de realizar milagres em sua cidade natal, exceto curar algumas pessoas doentes (Marcos 6.5).

 

(03) Os autores do Novo Testamento incluíram as exigências de Jesus:

  • “Mas eu lhes digo: Qualquer que olhar para uma mulher para desejá-la, já cometeu adultério com ela no seu coração” (Mateus 5:28).

  • “Mas eu lhes digo que todo aquele que se divorciar de sua mulher, exceto por imoralidade sexual, faz que ela se torne adúltera, e quem se casar com a mulher divorciada estará cometendo adultério” (Mateus 5:32).

  • “Mas eu lhes digo: Não resistam ao perverso. Se alguém o ferir na face direita, ofereça-lhe também a outra. E se alguém quiser processá-lo e tirar-lhe a túnica, deixe que leve também a capa. Se alguém o forçar a caminhar com ele uma milha, vá com ele duas. Dê a quem lhe pede, e não volte as costas àquele que deseja pedir-lhe algo emprestado” (Mateus 5:39-42).

  • “Mas eu lhes digo: Amem os seus inimigos e orem por aqueles que os perseguem, para que vocês venham a ser filhos de seu Pai que está nos céus” (Mateus 5:44-45).

  • “Sejam perfeitos como perfeito é o Pai celestial de vocês” (Mateus 5:48).

  • “Não acumulem para vocês tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem destroem, e onde os ladrões arrombam e furtam. Mas acumulem para vocês tesouros nos céus, onde a traça e a ferrugem não destroem, e onde os ladrões não arrombam nem furtam. Pois onde estiver o seu tesouro, aí também estará o seu coração” (Mateus 6:19-21).

  • “Não julguem, para que vocês não sejam julgados. Pois da mesma forma que julgarem, vocês serão julgados; e a medida que usarem, também será usada para medir vocês” (Mateus 7:1-2).

 

No artigo o escritor complementa que: “Todos esses mandamentos são difíceis ou impossíveis de serem cumpridos pelos seres humanos e parecem ir na direção contrária dos melhores interesses dos homens que os escreveram. Certamente são contrários aos desejos de muitos hoje que desejam uma religião de espiritualidade sem exigências morais. (I) Se pensar em um pecado é um ato pecaminoso, então todo mundo, incluindo os autores do Novo Testamento — são culpados; (II) Estabelecer padrões rígidos como esses para divórcio e novo casamento não parece estar de acordo com os interesses terrenos dos homens que registraram essa frase; (III) Não resistir aos insultos de uma pessoa má é resistir aos nossos instintos humanos básicos. Isso também estabelece um inconveniente padrão de comportamento para os apóstolos que estavam sofrendo perseguição quando essa frase foi escrita; (IV) Orar por nossos inimigos vai além de qualquer ética jamais pronunciada e exige bondade onde a animosidade é natural; (V) Não acumular riqueza contradiz os mais profundos desejos da nossa segurança temporal; (VI) Ser ‘perfeito’ é um pedido inatingível para seres humanos falíveis; (VII) Não julgar, a não ser que nossa vida esteja em perfeita ordem, contradiz nossa tendência natural de apontar as falhas dos outros.”

 

O ponto quatro será pulado por enquanto, pois ele incluí um argumento à favor da ressurreição de Cristo, o que eu usarei em outro ponto.

 

(05) Os autores do Novo Testamento incluíram em seus textos pelo menos 30 pessoas historicamente confirmadas:

“Os documentos do Novo Testamento não podem ter sido inventados porque eles contêm muitas personagens confirmadas historicamente. Os autores teriam minado sua credibilidade diante dos ouvintes contemporâneos ao envolverem pessoas reais numa ficção, especialmente pessoas de grande notoriedade e poder. Não há maneira de os autores terem seguido adiante escrevendo mentiras descaradas sobre Pilatos, Caifás, Festo, Félix e toda a linhagem de Herodes. Alguém os teria acusado por terem envolvido falsamente essas pessoas em acontecimentos que nunca ocorreram. Os autores sabiam disso e não teriam incluído tantas pessoas reais de destaque numa ficção que tinha o objetivo de enganar. Mais uma vez, a melhor explicação é que os autores do Novo Tetamento registraram precisamente aquilo que viram.”

 

(06) Os autores do Novo Testamento desafiam seus leitores a conferir os fatos verificáveis, até mesmo sobre milagres:

“Destacamos a declaração aberta de precisão feita por Lucas a Teófilo (Lucas 1:1-4), a afirmação de Pedro de que não seguiram fábulas engenhosamente inventadas, mas que foram testemunhas oculares da majestade de Cristo (2 Pedro 1:16); a ousada declaração de Paulo a Festa e ao rei Agripa sobre Cristo ressurreto (Atos dos Apóstolos 26) e a reafirmação de Paulo de um antigo credo que identificou mais de 500 testemunhas oculares do Cristo ressurreto (1 Coríntios 15). Além disso, Paulo faz outra afirmação aos cristãos de Corinto que nunca teria feito a não ser que estivesse dizendo a verdade. Em sua segunda carta aos Coríntios, Paulo declara que anteriormente realizara milagres entre eles. Falando de suas qualificações como apóstolo — com alguém que fala por Deus —, Paulo relembra aos cristãos de Corinto: ‘As marcas de um apóstolo — sinais, maravilhas e milagres — foram demonstradas entre vocês, com grande perseverança’ (2 Coríntios 12:12). Por que Paulo escreveria isso aos cristãos de Corinto a não ser que realmente tivesse realizado os milagres entre eles? Ele teria destruído sua credibilidade completamente ao pedir que se lembrassem de milagres que nunca realizara diante deles! A única conclusão plausível é que: (I) Paulo realmente era apóstolo de Deus, (II) portanto, realmente tinha a habilidade de confirmar seu apostolado ao realizar milagres e (III) ele mostrou essa habilidade abertamente aos cristãos de Corinto.”

 

(07) Os autores do Novo Testamento abandonaram suas crenças e práticas sagradas de longa data, adotaram novas crenças e práticas e não negaram seu testemunho sob perseguição ou ameaça de morte:

  • O sistema de sacrifício de animais — eles o substituíram pelo sacrifício perfeito de Cristo (Hebreus 9);

  • A supremacia obrigatória da Lei Mosaica — eles dizem que ela não tem mais poder por causa da vida sem pecado de Cristo (2 Coríntios 3:7-18; Romanos 7:4; Romanos 10:4);

  • Monoteísmo estrito — agora adoram Jesus, o homem-Deus, apesar do fato de que (I) sua mais prezada crença fosse “Ouça, ó Israel: O SENHOR, o nosso Deus, é o único SENHOR” (Deuteronômio 6:4) e (II) a adoração ao homem sempre fora considerada blasfêmia e punida com a morte;

  • O sábado — eles não mais observavam esse dia (Marcos 2:23-28), embora sempre tivessem acreditado que quebrar o sábado era uma atitude passível de morte (Êxodo 31:14);

  • Crença no Messias conquistador — Jesus é o oposto de um Messias conquistador. Ele é o Cordeiro sacrificial (pelo menos em sua primeira visita!).

“Não apenas esses novos cristãos abandonaram suas crenças e práticas há muito prezadas, mas também adotaram algumas outras bastante radicais: (I) domingo, um dia de trabalho, como o novo dia de adoração; (II) o batismo como um novo sinal de que alguém era participante da nova aliança (como a circuncisão era um sinal da antiga aliança); (III) a comunhão (ceia) como um ato memorial do sacrifício de Cristo por seus pecados.”

 

Conclusão de Norman Geisler e Frank Turek, autores do livro Não Tenho Fé Suficiente Para Ser Ateu:

 

“Quando Jesus chegou, a maioria dos autores do NT era de judeus religiosos que consideravam o judaísmo a única religião verdadeira e que se consideravam o povo escolhido de Deus. Alguma coisa dramática deve ter acontecido para tirá-los do sono dogmático e levá-los a um novo sistema de crenças que não lhes prometia nada além de problemas na Terra. À luz de tudo isso, não temos fé suficiente para sermos céticos em relação ao Novo Testamento.”

 
DA POSSIBILIDADE DOS APÓSTOLOS ESTAREM MENTINDO

Agora partiremos para o ponto da possibilidade dos apóstolos estarem mentindo, começaremos com a citação:

“Porque os apóstolos mentiriam? […] Se eles mentiram, qual foi sua motivação, o que eles obtiveram com isso? O que eles ganharam com tudo isso foi incompreensão, rejeição, perseguição, tortura e martírio. Que bela lista de prêmios!” (Peter Kreft)


 

Sabemos que, caso alguém tenha algo a ganhar com uma história, torna-se muito conveniente que aquilo seja mentira, porém, podemos também dizer que o contrário é verdade, isto é, que quando alguém perde, mas, ainda assim, se mantém fiel a uma história, torna-se muito mais provável que essa história seja verdadeira. Partindo desta premissa, o que você diria sobre morrer por uma mentira? Parece um completo absurdo, certo? E o que você diria de dez pessoas morrerem pela mesma mentira? É algo que beira o impossível, porém foi exatamente isso que aconteceu com os apóstolos. Cada um dos doze morreu, entre eles um cometeu suicídio:

“Judas Iscariote se enforcou após trair Jesus por algumas moedas. O relato completo está no Evangelho de Mateus, no capítulo 27 e versículos de 3 a 5.” e um, João, morreu causas naturais. Contudo, os outros dez foram assassinados e torturados porque se recusavam a negar a Divindade de Jesus. Segue o relato da morte de cada um deles:

 

Pedro

Pedro era o mais velho dos apóstolos e aquele a quem Jesus claramente lhe deu algum tipo de liderança. Após a morte de Cristo, foi Pedro quem conduziu a missão entre os que ficaram. Seu trabalho missionário perdurou até o dia em que ele foi morto 68 anos depois do nascimento de Cristo.

 

O apóstolo continuou sua missão por mais 35 anos depois que Jesus foi morto. E sua morte se assemelhou a dele na forma como aconteceu.

 

Diz a tradição que ele foi morto crucificado em Roma, porém teria pedido para ficar de cabeça para baixo para não se assemelhar ao seu mestre.

 

André

André era irmão de Pedro, também pescador. Antes de conhecer a Cristo, ele já era seguidor de João Batista, mas não titubeou quando conheceu o Messias e logo juntou-se a ele.

 

A tradição revela que André também foi muito torturado antes de ir para a cruz na Grécia. Ele estaria em missão na província de Acaia onde foi crucificado.

 

Só que desta vez por uma cruz em formato de X. Seus restos mortais foram encontrados séculos depois e levado para a Escócia pelo mar, onde o barco teria naufragado. Por isso, até hoje existe uma ilha chamada da Santo André.

 

Felipe

A história da morte de Felipe é confusa. Até hoje não se sabe ao certo como morreu o discípulo que deu continuidade à missão na Ásia, nas regiões de Frígia e Hierápolis.

 

Há relatos que ele tenha morrido de causas naturais, mas também há estudiosos que acreditam que ele morreu enforcado, apedrejado e até crucificado em Hierápolis.

 

Bartolomeu

Bartolomeu teria exercido a sua missão em Anatólia, Etiópia, Armênia, Índia e Mesopotâmia. A forma com que ele morreu também desperta polêmica e confusão, pois há mais de uma versão para o fato.

 

A tradição da Igreja Católica afirma que ele foi posto vivo em um saco e lançado ao mar, depois de ser açoitado. Há outra informação que afirma que ele também teria sido crucificado.

 

Mateus

Relatos dão conta de que Mateus teria continuado sua missão no lugar onde viveu com Cristo. O apóstolo teria percorrido toda a Pérsia, Judeia e Etiópia, vindo a ser morto nessa última.

 

A causa de sua morte teria sido em decorrência de um ferimento de espada. Mas também há quem acredita que o ex-cobrador de impostos que foi convocado por Jesus teria falecido de causas naturais. Seu túmulo se encontra em Salerno, cidade italiana.

 

Tomé

Após a morte de Jesus, o apóstolo que ganhou destaque nos relatos bíblicos por pedir para tocar em Cristo após a sua ressurreição e virou sinônimo de: “ver para crer”, saiu em missão pela Índia.

 

Há relatos que dizem que ele morreu a flechadas durante suas orações e sua morte teria sido encomendada pelo rei de Milapura, na cidade indiana de Madras, no ano 53 depois de Cristo.

 

Simão

Simão é um apóstolo pouco retratado nos relatos bíblicos, por isso, tudo o que se sabe dele é pura especulação, inclusive a sua morte. Alguns contam que ele havia sido morto em Roma, durante um massacre no ano 70 depois de Cristo.

 

Tiago Maior

O pescador que tornou-se apóstolo, Tiago Maior, tem a sua morte relatada de fontes mais confiáveis. Ele teria sido morto pouco mais de 10 anos depois que Cristo. Ele foi decapitado em Jerusalém na mesmo ocasião em que Pedro foi preso.

 

Foi Tiago, o primeiro discípulo a morrer em nome da causa cristã. Séculos depois, ele se tornou patrono da Espanha.

 

Com a colonização de alguns países da América do Sul pela Espanha, Tiago passou também a ser padroeiro de muitas regiões do Chile, Peru, México e outras nações que passaram pelo domínio espanhol.

 

Tiago Menor

Há dois relatos das causas de morte de Tiago. O primeiro diz que ele foi crucificado, assim como Jesus no Egito no ano de 62 d.C. O apóstolo tornou-se missionário na Palestina e no país onde foi morto.

 

Outra hipótese é que ele teria sido apedrejado até a morte a mando de Ananias, um sumo sacerdote que queria que ele denunciasse alguns cristãos.

 

Judas Tadeu

Depois da morte de Cristo, Judas escreveu uma das cartas presentes no Novo Testamento, são as chamadas ‘Carta de Judas’. Ele teria seguido a sua missão depois da morte do Mestre e pregado na Mesopotâmia, Arábia, Síria e Pérsia.

 

Esse último teria sido o local da sua morte, de causas violentas, mas não especificadas.

 

Notamos que a frase de Peter foi cirúrgica, não havia motivo nenhum para eles persistirem no Cristianismo, caso ele fosse uma mentira.

 

DA DIVINDADE DE JESUS DENTRO DA ESCRITURA

 

 

A Sagrada Escritura não limita-se neste tema pronunciando a esmo que Jesus é Deus. Alguns exemplos são:

“Portanto o mesmo Senhor vos dará um sinal: Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um filho, e chamará o seu nome Emanuel.”

Isaías 7:14

Esse nome simplesmente significa “Deus conosco”.

 

“Disse o SENHOR ao meu Senhor: Assenta-te à minha mão direita, até que ponha os teus inimigos por escabelo dos teus pés.”

Salmos 110:1

 

No texto original, literalmente lemos: “Yahweh disse ao meu Adonai”. Yahweh é o nome próprio de Deus no Antigo Testamento, e Adonai é o título utilizado para se referir à supremacia e grandiosidade de Deus.

 

Com o tempo, o nome de Deus foi considerado pelos judeus como impronunciável, e Adonai foi passou a ser o título mais usual para se referir a Ele. Ao atribuir o título Adonai ao Messias, Davi estada declarando explicitamente a divindade dele.

 

“E, falando Jesus, dizia, ensinando no templo: Como dizem os escribas que o Cristo é filho de Davi?

O próprio Davi disse pelo Espírito Santo: O Senhor disse ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita Até que eu ponha os teus inimigos por escabelo dos teus pés.

Pois, se Davi mesmo lhe chama Senhor, como é logo seu filho? E a grande multidão o ouvia de boa vontade.”

Marcos 12:35-37

 

“Jurou o Senhor, e não se arrependerá: tu és um sacerdote eterno, segundo a ordem de Melquisedeque.”

Salmos 110:4

 

“Porque este Melquisedeque, que era rei de Salém, sacerdote do Deus Altíssimo, e que saiu ao encontro de Abraão quando ele regressava da matança dos reis, e o abençoou;

A quem também Abraão deu o dízimo de tudo, e primeiramente é, por interpretação, rei de justiça, e depois também rei de Salém, que é rei de paz;

Sem pai, sem mãe, sem genealogia, não tendo princípio de dias nem fim de vida, mas sendo feito semelhante ao Filho de Deus, permanece sacerdote para sempre.

Considerai, pois, quão grande era este, a quem até o patriarca Abraão deu os dízimos dos despojos.”

Hebreus 7:1-4

 

Todo Hebreus 7-8 é dedicado a expor toda a grandiosidade e divindade de Cristo.

 

“E tu, ó menino, serás chamado profeta do Altíssimo, Porque hás de ir ante a face do Senhor, a preparar os seus caminhos;”

Lucas 1:76

 

“Princípio do Evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus;”

Marcos 1:1

 

“Eu, em verdade, tenho-vos batizado com água; ele, porém, vos batizará com o Espírito Santo.”

Marcos 1:8

 

“Eis que eu envio o meu mensageiro, que preparará o caminho diante de mim; e de repente virá ao seu templo o Senhor, a quem vós buscais; e o mensageiro da aliança, a quem vós desejais, eis que ele vem, diz o SENHOR dos Exércitos.”

Malaquias 3:1

 

“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.”

João 1:1

 

“Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um filho, E chamá-lo-ão pelo nome de EMANUEL, Que traduzido é: Deus conosco.”

Mateus 1:23

 

“Simão Pedro respondeu: ‘Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo’.”

Mateus 16:16

 

“E Tomé respondeu, e disse-lhe: Senhor meu, e Deus meu!”

João 20:28

 

Além deles, o próprio Jesus afirma ser Deus, quando, por exemplo, se autodenomina como: “Filho do Homem” uma referência direta à Daniel 7:13,14:

“Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha nas nuvens do céu um como o filho do homem; e dirigiu-se ao ancião de dias, e o fizeram chegar até ele.

E foi-lhe dado o domínio, e a honra, e o reino, para que todos os povos, nações e línguas o servissem; o seu domínio é um domínio eterno, que não passará, e o seu reino tal, que não será destruído.”

Daniel 7:13,14

 

Sem contar outras afirmações explícitas, tais como:

“Eu e o Pai somos um.”

João 10:30

 

“Disse-lhe Jesus: Estou há tanto tempo convosco, e não me tendes conhecido, Filipe? Quem me vê a mim vê o Pai; e como dizes tu: Mostra-nos o Pai?”

João 14:9

 

“Disse-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que antes que Abraão existisse, eu sou.”

João 8:58

 

Esta citação, em especial, é mister em demonstrar a Divindade de Jesus, ao dizer “Eu sou” ele faz uma clara referência ao Antigo Testamento:

 

“E disse Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós.”

Êxodo 3:14

 

“Eu sou o que sou” Esta expressão será explicada futuramente, neste mesmo artigo, quando responder a objeção: “Como pode Jesus ser filho de Deus e Deus ao mesmo tempo?” e ainda: “Como pode Jesus ser Deus, se é necessário que Deus seja uno”.

Como nas evidências históricas para a existência de Jesus, eu poderia preencher páginas e mais páginas com evidências Bíblicas de Sua Divindade, contudo, acredito que as que apresentei são mais do que suficientes para concluir que, Biblicamente, não há dúvida alguma de que Jesus é Deus.

 

DA RESSURREIÇÃO DE CRISTO

Agora seguirei para um ponto fulminante para determinar a Divindade de Jesus, extrabíblica, proponho-me agora a apresentar evidências históricas da ressurreição de Cristo.

Uma questão que pode surgir é: “Certo, ressurreição é algo impressionante, surreal, contudo, pode isto provar a Divindade de alguém?”.

A resposta é clara: Sim.

Veja, a morte surgiu do pecado, se alguém consegue se reviver, isto implica que esta pessoa está livre do pecado, que ela não é submissa ao pecado, como tal, só pode ser Deus.

Outro ponto é: A morte representa um estado de potência. Isto é algo que pode vir a ser, Deus é puro Ato, portanto, a morte não afeta Ele. Por isto, ressurreição é um ato puramente Divino.

Para demonstrar tal ponto utilizarei primeiro um trecho retirado do debate do Dr. William Lane Craig contra o Dr. Bart Ehrman, acerca do nosso tema em particular:

 

“Ao construir uma argumentação para a ressurreição de Jesus, é importante fazer uma distinção entre evidência e a melhor explicação para a evidência. Esta distinção é importante, pois na argumentação em questão a evidência é relativamente não-controversa. Como veremos, a evidência é aceita pela maioria dos estudiosos. Por outro lado, a explicação para a evidência é controversa.Empty tomb of Jesus with crosses in far hill

 

Que a ressurreição é a melhor explicação para a evidência é uma questão controversa. Embora Dr. Ehrman diga que não possa existir qualquer evidência histórica para a ressurreição, veremos que o que ele realmente quer dizer com suas palavras é que a ressurreição não pode ser a melhor explicação para a evidência, não que não exista evidência. Prossigo, então, para meu primeiro ponto, a saber:

 

Existem quatro fatos históricos que precisam ser explicados por alguma hipótese histórica adequada: – O sepultamento de Jesus. – A descoberta de seu túmulo vazio. – Suas aparições pós-morte. – A origem da crença dos discípulos em sua ressurreição.

 

Agora, vamos analisar este primeiro ponto mais de perto. Eu quero compartilhar quatro fatos que são largamente aceitos pelos historiadores atualmente.

 

Fato #1:

Após sua crucificação Jesus foi sepultado por José de Arimatéia em uma tumba. Os historiadores sustentam este fato baseando-se em evidencias como: . O sepultamento de Jesus é atestado multiplamente por fontes primitivas independentes – Nós temos quatro biografias de Jesus, por Mateus, Marcos, Lucas e João, que formam o Novo Testamento juntamente com várias cartas do apóstolo Paulo. O relato do sepultamento é uma parte do relato de Marcos sobre a história do sofrimento e morte de Jesus. Trata-se de uma fonte muito próxima aos acontecimentos que provavelmente é baseada no testemunho de um observador dos eventos e que, sobre a qual, o comentarista Rudolf Pesch data para algum momento entre sete anos após a crucificação. Além disso, Paulo cita uma fonte extremamente antiga para o sepultamento de Jesus que a maioria dos estudiosos data para algum momento entre cinco anos após a crucificação de Jesus. Testemunhos independentes sobre o sepultamento de Jesus por José de Arimatéia são também fundamentados nas fontes por trás de Mateus e Lucas e o evangelho de João, para não citar o evangelho apócrifo de Pedro. Assim, nós temos pelo menos cinco notáveis fontes independentes sobre o sepultamento de Jesus, algumas extremamente próximas ao evento da crucificação.

 

Como um membro do Sinédrio Judaico que condenou Jesus, José de Arimatéia provavelmente não é uma invenção cristã – Existia uma hostilidade compreensível no início na igreja em relação aos líderes judeus. Aos olhos dos cristãos, eles planejaram a condenação judicial de Jesus. Assim, de acordo com o estudioso do Novo Testamento Raymond Brown, o sepultamento de Jesus por José é “muito provável”, uma vez que é “quase inexplicável” porque os cristãos inventariam uma história sobre um membro do Sinédrio Judaico que fez um bem a Jesus.

 

Por estas e outras razões, a maioria dos críticos do Novo Testamento concordam que Jesus foi sepultado por José de Arimatéia em uma tumba. De acordo com John A. T. Robinson da Cambridge University, o sepultamento de Jesus em sua tumba é “um dos mais antigos e melhor-atestados fatos sobre Jesus” .

 

Fato #2:

No domingo após a crucificação, a tumba de Jesus foi encontrada vazia por um grupo de seguidoras de Jesus. Entre as razões que levaram a maioria dos estudiosos a esta conclusão estão: 1. A tumba vazia também é atestada multiplamente por fontes antigas independentes – A fonte de Marcos não terminou com o sepultamento, mas com a história da tumba vazia, que está ligada à história do sepultamento verbal e gramaticalmente. Além disso, Mateus e João contêm fontes independentes sobre a tumba vazia; esta história também é mencionada nos sermões nos Atos dos Apóstolos (2.29; 13.36); e esta é implícita por Paulo em sua primeira carta à igreja de Corinto (I Co. 15.4). Assim, novamente nós temos múltiplas fontes antigas atestando o fato da tumba vazia. 2. A tumba foi descoberta vazia por mulheres – Na sociedade judaica patriarcal o testemunho de mulheres não possuía consideração. De fato, o historiador judeu Josefo disse que não era permitido às mulheres servirem como testemunhas em um tribunal judaico. À luz deste fato, quão extraordinário é o fato de terem sido mulheres quem descobriram a tumba vazia de Jesus. Qualquer invenção posterior certamente colocaria discípulos homens como Pedro e João como descobridores da tumba vazia. O fato de terem sido mulheres, mais do que homens, que descobriram a tumba vazia, é melhor explicado pelo fato de que elas eram as principais testemunhas para o fato da tumba vazia, e os escritores dos evangelhos sinceramente relataram isto, para eles, a descoberta da tumba pelas mulheres foi um fato incomodo e embaraçoso.

 

Fato #3:

Em diferentes ocasiões e sobre várias circunstâncias diferentes indivíduos e grupos de pessoas experimentaram aparências de Jesus ressuscitado da morte. Este é um fato que é virtualmente reconhecido universalmente pelos estudiosos, pelas seguintes razões: . A lista de Paulo das testemunhas oculares das aparições do Jesus ressurreto garante que tais aparições ocorreram – Paulo nos diz que Jesus apareceu para seu principal discípulo Pedro, então para o grupo dos apóstolos conhecido como “os doze”; então depois ele apareceu para um grupo de 500 discípulos de uma só vez, então para seu irmão mais novo Tiago, que até então era aparentemente um descrente, então para os discípulos. Finalmente, Paulo acrescenta, “ele apareceu também a mim”, quando Paulo era ainda um perseguidor de cristãos (I Co 15.5-8). Dado o momento no qual Paulo escreveu tais informações, bem como sua familiaridade com as pessoas envolvidas, estas aparições não podem ser desconsideradas como simples lendas. Os relatos das aparições nos evangelhos provêm múltiplas e independentes atestações das aparições – Por exemplo, a aparição a Pedro é atestada por Lucas e Paulo; a aparição aos “doze” é atestada por Lucas, João e Paulo; e a aparição para as mulheres é atestada por Mateus e João. As narrativas das aparições alcançam tantas fontes independentes que não se pode racionalmente negar que os primeiros discípulos tiveram tais experiências. Assim, até mesmo o crítico cético do Novo Testamento Gerd Lüdemann conclui, “Pode ser tomado como historicamente certo que Pedro e os discípulos tiveram experiências após a morte de Jesus nas quais Jesus apareceu a eles como Cristo ressurreto” .

 

Finalmente, Fato #4:

Os discípulos de repente e sinceramente começaram a acreditar que Jesus havia ressuscitado dos mortos não obstante suas muitas predisposições para o contrário. Pense na situação que os discípulos encararam após a crucificação de Jesus: . Seu líder estava morto – E as expectativas judaicas messiânicas não continham a idéia de um Messias que, ao invés de triunfar sobre os inimigos de Israel, seria vergonhosamente executado pelos seus inimigos como um criminoso.  Crenças judaicas sobre o além-vida excluíam a possibilidade de qualquer pessoa ressuscitando da morte para a glória e imortalidade antes da ressurreição geral da morte no fim do mundo – Todavia, os discípulos repentinamente começaram a crer tão fortemente que Deus ressuscitou Jesus de dentre os mortos que eles se dispuseram a morrer pela verdade desta crença. Mas então surge a questão óbvia: O que no mundo fezlos acreditar em algo tão antijudeu e estranho? Luke Johnson, um estudioso do Novo Testamento na Emory University, comenta, “Alguma espécie de experiência poderosa e transformativa é necessária para gerar o tipo de movimento como o do cristianismo primitivo” . E também N. T. Wright, um eminente estudioso britânico, conclui, “Esta é a razão porque, como um historiador, eu não consigo explicar o surgimento do cristianismo primitivo a não ser por Jesus ressuscitando, deixando uma tumba vazia para trás”

 

Em resumo, existem quatro fatos que são reconhecidos pela maioria dos estudiosos: o sepultamento de Jesus, a descoberta do túmulo vazio, suas aparições postmortem, e a origem da crença dos discípulos em sua ressurreição.”

 

Conforme Norman Perrin, o falecido crítico neotestamentário da Universidade de Chicago: "Quanto mais estudamos a

tradição com respeito às aparições, mais firme a rocha em cima da qual elas se baseiam começa a aparecer".

Esta conclusão é virtualmente indiscutível.

 

À fins de impedir o surgimento de dúvidas a respeito da ressurreição, ampliarei ainda mais a citação ao Dr. Craig, utilizando de outro artigo, “A erudição contemporânea e as evidências históricas para a ressurreição”  do próprio:

“(1) A confiabilidade histórica da história do sepultamento apóia o túmulo vazio. Se a narrativa do sepultamento é precisa, então o local da cova de Jesus era conhecido por judeus e cristãos, indistintamente. Neste caso, chega-se muito brevemente à inferência da historicidade do túmulo vazio. Pois se Jesus não tivesse ressuscitado e o local do sepultamento fosse conhecido:

 

(a) os discípulos nunca poderiam ter acreditado na ressurreição. Para um judeu do século I, a idéia de que um homem pudesse ser levantado dentre os mortos enquanto seu corpo permanecesse no túmulo era, por definição, uma contradição. Nas palavras de E. E. Ellis, ‘é muito improvável que os cristãos palestinos primitivos pudessem conceber alguma distinção entre ressurreição e ressurreição física ‘esvaziadora de sepultura’. Para eles, uma anastasis sem uma sepultura vazia teria sido quase tão significativa quanto um círculo quadrado’.

 

(b) Mesmo se os discípulos tivessem crido na ressurreição, é duvidoso que eles teriam gerado qualquer seguidor. Tão logo o corpo fosse enterrado no túmulo, um movimento cristão fundado na crença na ressurreição do homem morto teria sido uma tolice impossível.

 

(c) As autoridades judaicas teriam exposto a trama inteira. A resposta mais rápida e clara à proclamação da ressurreição de Jesus teria sido simplesmente apontar para Sua sepultura na encosta da rocha.

 

Por essas três razões, a exatidão da história do sepultamento apoia a historicidade do túmulo vazio. Infelizmente àqueles que desejam, contudo, negar o túmulo vazio, a história do sepultamento é uma das tradições históricas mais certas que temos a respeito de Jesus. Vários fatores envolvem esse julgamento. Mencionando apenas alguns:

 

(i) O sepultamento é mencionado na terceira linha da antiga fórmula cristã citada por Paulo em I Co. 15.4.

 

(ii) É parte da antiga e pré-marcana história da Paixão usada por Marcos como fonte de seu Evangelho.

 

(iii) Falta à própria história qualquer traço de desenvolvimento lendário.

 

(iv) A história adequa-se às evidências arqueológicas que dizem respeito aos tipos e à localização de túmulos existentes nos dias de Jesus.

 

(v) Não existem outras tradições de sepultamento concorrentes.

 

Por essas e outras razões, a maioria dos estudiosos está unida no julgamento de que a história do sepultamento é fundamentalmente histórica. Mas, se este é o caso, então, como expliquei, a inferência de que o túmulo foi achado vazio não fica muito longe de ser alcançada.

 

(2) O testemunho de Paulo apoia o fato do túmulo vazio. Aqui, dois aspectos das evidências de Paulo podem ser mencionados.

 

(a) Na fórmula citada por Paulo, a expressão ‘ressurgiu’, seguinte à frase ‘foi sepultado’, implica o túmulo vazio. Um judeu do século I não poderia pensar o contrário. Como E. L. Bode observa, a noção da ocorrência de uma ressurreição espiritual enquanto o corpo permaneceu no túmulo é uma peculiaridade da teologia moderna. Para os judeus, eram os restos do homem no túmulo que ressuscitavam; portanto, eles cuidadosamente preservavam os ossos dos mortos em ossuários até a ressurreição escatológica. Não pode haver dúvida de que tanto Paulo quanto a fórmula cristã primitiva que ele cita pressupõem a existência do túmulo vazio.

 

(b) A frase ‘ao terceiro dia’ provavelmente aponta para a descoberta do túmulo vazio. Resumindo muito brevemente, a questão é: uma vez que ninguém realmente testemunhou a ressurreição de Jesus, como os cristãos vieram a datá-la no ‘terceiro dia’? A resposta mais provável é que eles assim fizeram porque esse foi o dia do descobrimento do túmulo vazio pelas seguidoras de Jesus. Portanto, a própria ressurreição veio a ser datada naquele dia. Assim, na antiga formula cristã citada por Paulo, temos evidência extremamente primitiva para a existência do túmulo vazio de Jesus.

 

(3) A história do túmulo vazio é parte da história pré-marcana da Paixão e, portanto, é muito antiga. A história do túmulo vazio foi provavelmente o fim da fonte da Paixão de Marcos. Como Marcos é o mais primitivo dos nossos Evangelhos, essa fonte é, pois, por si só bastante velha. Na verdade, o comentador R. Pesch afirma que é uma fonte incrivelmente primitiva. Ele produz duas linhas de evidência para essa conclusão:

 

(a) A narrativa paulina da Última Ceia em I Co. 11.23-25 pressupõe a narrativa marcana. Visto que as próprias tradições de Paulo são por si só muito antigas, a fonte marcana deve ser mais antiga ainda.

 

(b) A história pré-marcana da Paixão nunca se refere por nome ao sumo sacerdote. É como quando digo que ‘o Presidente está recepcionando um jantar na Casa Branca’, e todos sabem de quem estou falando, porque é a pessoa atualmente no cargo. Similarmente, a história pré-marcana da Paixão refere-se ao ‘sumo sacerdote’ como se ele ainda estivesse no poder. Uma vez que Caifás exerceu seu cargo de 18 a 37 A.D., quer dizer, na última das hipóteses, que a fonte pré-marcana deve advir de dentro do período de sete anos após a morte de Jesus. Logo, essa fonte remonta aos primeiros poucos anos da comunidade de Jerusalém e é, assim, uma antiga e confiável fonte de informação histórica.

 

(4) A história é simples e falta-lhe desenvolvimento lendário. A história do túmulo vazio não é colorida por motivos teológicos e apologéticos que seriam característicos de narrativas lendárias tardias. Talvez, o jeito mais vigoroso de apreciar este ponto é compará8 la com as narrativas sobre o túmulo vazio, achadas nos evangelhos apócrifos do século II. Por exemplo, no Evangelho de Pedro, uma voz ressoa do céu durante a noite, a pedra rola sozinha da porta do túmulo, no qual entram dois homens que descem do céu. Depois, vêem-se três homens saindo do túmulo, dois apoiando o terceiro. As cabeças dos dois homens esticam-se até as nuvens, mas a cabeça do terceiro ultrapassa as nuvens. Então, uma cruz sai do túmulo e uma voz pergunta: ‘Pregaste aos que dormem?’. E a cruz responde: ‘Sim’. Na Ascensão de Isaías, Jesus sai do túmulo sentado sobre os ombros dos anjos Miguel e Gabriel. É com isso que as lendas autênticas se parecem: diferentemente dos relatos do Evangelho, são coloridas por adornos teológicos.

 

(5) Provavelmente, foram mulheres que descobriram que o túmulo estava vazio. A fim de entender este ponto, deve-se recordar dois fatos acerca do papel das mulheres na sociedade judaica.

 

(a) A mulher ocupava um degrau baixo na escada social judaica. Isso é evidente em tais expressões rabínicas: ‘Melhor é que as palavras da Lei sejam queimadas do que entregues a mulheres’ e ‘Bem-aventurado aquele cujos filhos são homens, mas ai daquele cujos filhos são mulheres’.

 

(b) O testemunho de mulheres era considerado tão indigno que não lhes era sequer permitido servir como testemunhas legais numa corte legal. À luz desses fatos, quão notável parece as mulheres terem sido as descobridoras do túmulo vazio de Jesus. O fato de que mulheres – cujo testemunho era sem valor –, em vez de homens, são as principais testemunhas ao túmulo vazio é mais plausivelmente explicado porque, goste ou não, elas foram as descobridoras do túmulo vazio, e os Evangelhos registram isso com precisão.

 

(6) A polêmica judaica inicial pressupõe o túmulo vazio. Em Mateus 28, encontramos a tentativa cristã de refutar a polêmica judaica inicial contra a ressurreição. Aquela polêmica asseverava que os discípulos roubaram o corpo. Os cristãos responderam a isso recontando a história dos guardas do túmulo, e a polêmica, por sua vez, sustentava que os guardas adormeceram. Nessas circunstâncias, a característica digna de nota em toda essa disputa não é a historicidade dos guardas; porém, em vez disso, a pressuposição de ambos os partidos segundo a qual o corpo estava desaparecido. A resposta judaica inicial à proclamação da ressurreição foi uma tentativa de justificar o túmulo vazio. Assim, a evidência dos adversários dos discípulos providencia evidência em apoio ao túmulo vazio.

 

Poder-se-ia prosseguir, mas talvez já foi dito o bastante para indicar por que o julgamento da erudição reverteu-se quanto à historicidade do túmulo vazio. De acordo comJakob Kremer, ‘de longe, a maioria dos exegetas apegam-se firmemente à confiabilidade das declarações bíblicas relacionadas ao túmulo vazio’, e fornece uma lista – à qual seu próprio nome pode ser acrescentado – de vinte e oito estudiosos proeminentes que apóiam o que disse. Posso pensar em, pelo menos, mais dezesseis nomes que ele falhou em mencionar. Dessa maneira, hoje se reconhece amplamente que o túmulo vazio de Jesus é um simples fato histórico. Conforme D. H. van Daalen apontou, ‘é extremamente difícil objetar, com bases históricas, ao túmulo vazio; aqueles que o negam, assim o fazem baseando-se em suposições teológicas ou filosóficas’. Mas suposições podem simplesmente ter de mudar à luz de fatos históricos.”

 

A segunda forma que utilizarei para demonstrar a ressurreição de Cristo é usando um trecho do, já usado, Defenda sua Fé de Joe Coffey:

Prova número 4: O túmulo vazio

Jesus fez também algumas previsões. Reuniu seus discípulos e, basicamente, disse: “Estamos subindo para Jerusalém, e se cumprirá com o Filho do homem tudo o que foi escrito pelos profetas; pois ele será entregue aos gentios, que haverão de ridicularizá-lo, insultá-lo e cuspir-lhe; e, depois de espancá-lo, eles o matarão; mas ele ressuscitará ao terceiro dia”.[95] Seus discípulos provavelmente estavam pensando: “Estivemos ao lado de Jesus todo esse tempo e não podemos imaginar nenhum crime de que ele pudesse ser condenado”. Deve ser por isso que eles não o levaram a sério (além do fato de que não tinham a menor ideia do que significava “ressuscitar dos mortos”).[96] Então foram para Jerusalém, e, com certeza, aconteceu exatamente como Jesus dissera. Ele foi preso, condenado e morto. As autoridades judaicas também conheciam a profecia a respeito da ressurreição. Por isso, puseram guardas para proteger o túmulo e assim se certificarem de que não haveria nenhuma falcatrua.[97] Mas, apesar de seus melhores esforços, no terceiro dia, o túmulo estava vazio, o corpo não estava mais lá e corria solta a notícia de que Jesus estava vivo. Muitas pessoas chacoalham a cabeça neste momento e dizem: “Eu simplesmente não caio nessa. Não acredito que Jesus tenha ressuscitado corporalmente dos mortos”. No entanto, justamente para manter a integridade intelectual, essas mesmas pessoas precisam oferecer uma explicação plausível para o que de fato aconteceu naquele fim de semana especial. Se o Filho de Deus não ressuscitou dentre os mortos depois de pagar os pecados da humanidade, o que explica as centenas de milhares de igrejas cristãs em todo o mundo? Como isso poderia ter acontecido se a ressurreição de Jesus não passasse de uma farsa?

 

Prova número 5: Outras explicações para o túmulo vazio 

Quem nega a ressurreição física de Jesus propõe três possíveis teorias para explicar o túmulo vazio. Como veremos, nenhuma delas se sustenta.

 

O corpo foi roubado. 

A primeira teoria é a de que os inimigos roubaram o corpo de Jesus. Foi o que Maria Madalena pensou quando foi ao sepulcro e o encontrou vazio. Ela voltou correndo para Pedro e João e disse: “Tiraram do sepulcro o Senhor, e não sabemos onde o puseram”.[98] Ela pensou que inimigos tinham levado o corpo para profaná-lo e, ao escondê-lo, impedirem que os seguidores de Jesus transformassem sua sepultura em santuário. Entretanto, na qualidade de explicação do que aconteceu ao corpo de Jesus, essa teoria não tem absolutamente nenhum sentido. Uma vez que o boato de que Jesus estava vivo começou a se espalhar, seus inimigos teriam tido o maior prazer em apresentar seu corpo. Eles teriam dito: “Ah, este aqui é o Senhor que vocês disseram que tinha ressuscitado?”. E teriam mostrado seu cadáver do lado de fora das portas da cidade para que todos pudessem ver. O cristianismo teria sido abortado ali mesmo.

 

A teoria do desmaio. 

Essa ideia existe há quase duzentos anos, mas se tornou popular num romance muito lido de 1965, intitulado The Passover plot [A trama da Páscoa]. A ideia é que Jesus quis forjar sua ressurreição e para isso usou de uma droga que lhe permitisse simular a morte. Ele sabia que seria executado, por isso pediu que alguém lhe desse o medicamento na hora certa para parecer morto antes de estar de fato morto.

Vamos examinar o que essa teoria propõe. Sabemos que Jesus foi açoitado, o que significava que foi espancado por profissionais, de modo que teve os ossos das costas expostos. Em seguida, eles lhe perfuraram com pregos as mãos e os pés. Mais tarde, um dos algozes enfiou uma lança em sua caixa torácica para se certificar de que estava morto. Contudo, de acordo com a teoria do “desmaio”, Jesus tomou uma droga e depois enganou todos, simulando um desmaio pelo qual se fez passar por morto. Então, eles o arrancaram da cruz, envolveram-no com aproximadamente 50 quilos de especiarias e o colocaram em um túmulo úmido, escuro e frio, onde permaneceu por três dias sem comer nem beber. No terceiro dia, ele acordou do torpor, livrou-se das faixas em que fora envolvido, rolou uma pedra de duas toneladas, apareceu a seus discípulos, convenceu-os de que tinha ressurgido com poder e glória e, em seguida, saiu para outro lugar a fim de morrer. A teoria do desmaio nunca ganhou aceitação, porque é preciso, no mínimo, a mesma dose de fé para crer nela do que é necessária para crer na ressurreição.

 

A teoria da conspiração. 

A última teoria é a melhor. Essa surgiu no primeiro século, quando os adversários de Jesus afirmaram que os discípulos roubaram o corpo de Jesus, enterraram-no em outro lugar, em seguida criaram a história da ressurreição e espalharam eles mesmos o boato. À primeira vista, parece uma boa teoria. Mas tudo o que você tem de fazer é cavar um pouco mais fundo, e ela desmorona por completo. Vou explicar com uma história da minha árvore genealógica. Meu tio-avô Clifton foi o último homem a ser enforcado no estado americano da Virgínia. Sério mesmo. Ele não era um bom homem. Matou algumas pessoas, e por isso decidiram enforcá-lo. Ele pediu seu violão, cantou uma canção, depois se virou para seus executores e disse: “Escutem aqui, vocês vão me enforcar, e eu vou morrer, mas, quando me levarem para fora da cidade nesse caixão de pinho, antes de me enterrarem no chão, abram-no, porque eu vou voltar”. Ele prometeu que iria ressuscitar! Então, eles o enforcaram e o colocaram no caixão de pinho. Quando o estavam levando para o sepultamento, um espectador que o ouvira dizer que voltaria sugeriu: “Seja o que Deus quiser! Vamos abrir para ver”. Assim, abriram o caixão e olharam dentro dele. O que você acha que encontraram? O tio Clifton, mortinho da silva. O sujeito olhou para ele e disse: “Clifton!”.

Nenhuma resposta. Então, pegaram o caixão de novo e o sepultaram. Mas suponhamos que aqueles sujeitos cortassem o caixão de pinho e retirassem dali o falecido tio Clifton, o sepultassem em outro lugar e depois dissessem às pessoas: “Clifton ressuscitou! Ele está vivo — ele voltou! Nós o vimos!”. Por quanto tempo continuariam a espalhar essa falsa alegação, caso isso lhes custasse o emprego? Ou seus filhos? Ou se fossem presos e brutalmente espancados e ameaçados de morte excruciante? Quantos deles continuariam a propagar o boato sobre Clifton? Nenhum. Como já mencionei, é fato histórico que quase todos os primeiros apóstolos enfrentaram a morte por se recusarem a negar seu testemunho sobre a ressurreição corpórea de Jesus. Em essência, afirmaram, unânimes: “Nós o vimos com os próprios olhos, o tocamos com as mãos, e Jesus está vivo. Podem nos matar, se quiserem, mas não vamos voltar atrás no que afirmamos”. Jesus existiu de verdade? Uma única testemunha ocular disposta a morrer por seu depoimento é testemunho convincente. Mais ainda se dezenas de pessoas também estiverem dispostas ao mesmo gesto. As Escrituras registram que, pelo menos, mais quinhentas pessoas testemunharam do Cristo ressurreto,[99] e um número significativo delas morreu por se recusar a negá-lo. Jesus existiu de verdade? Ao que tudo indica, pensavam que sim. E estavam presentes para contar a história.”

 

E para finalizar as considerações acerca da ressurreição, o ponto quatro do artigo do Refutando o Ateísmo, cujo eu havia comentado que citaria futuramente:

 

“(04) Os autores do Novo Testamento incluíram fatos relacionados à ressurreição de Jesus que eles não poderiam ter inventado:

Os autores registram que Jesus foi sepultado por José de Arimatéia, um membro do Sinédrio — o conselho do governo judaico que sentenciou Jesus à morte por blasfêmia. Esse não é um fato que poderiam ter inventado. Considerando a amargura que certos cristãos guardavam no coração contra as autoridades judaicas, por que eles colocariam um membro do Sinédrio de maneira tão positiva? E por que colocariam Jesus na sepultura de uma autoridade judaica? Se José não sepultou Jesus, a história teria sido facilmente exposta como fraudulenta pelos inimigos judaicos do cristianismo. Mas os judeus nunca negaram a história, e jamais se encontrou uma história alternativa para o sepultamento de Jesus.

 

– As primeiras testemunhas: Todos os quatro evangelhos dizem que as mulheres foram as primeiras testemunhas do túmulo vazio e as primeiras a saberem da ressurreição. Uma dessas mulheres era Maria Madalena, que Lucas admite ter sido uma mulher possuída por demônios (Lucas 8:2). Isso jamais teria sido inserido numa história inventada. Uma pessoa possessa por demônios já seria uma testemunha questionável, mas as mulheres em geral não eram sequer consideradas testemunhas confiáveis naquela cultura do século 1. O fato é que o testemunho de uma mulher não tinha peso num tribunal. Desse modo, se você estivesse inventando uma história da ressurreição de Jesus no século 1, evitaria o testemunho de mulheres e faria homens — os corajosos — serem os primeiros a descobrir o túmulo vazio e o Jesus ressurreto. Citar o testemunho de mulheres, especialmente de mulheres possuídas por demônios, seria um golpe fatal à sua tentativa de fazer uma mentira ser vista como verdade.”

 
RESPONDENDO OBJEÇÕES

Nesta secção do artigo, eu pretendo pôr por terra duas objeções que normalmente são feitas à aquele que é poderoso e cujo nome é Santo. Apesar dessas objeções não fazerem mais nenhum sentido, haja vista os pontos em favor da ressurreição, elas ainda podem ser usadas por alguns desfavorecidos desses fatos. São elas:

  1. Jesus era apenas um bom mestre moral, mas não Deus

  2. O trilema dos três L's.

 

Em questões do primeiro, eu citarei uma passagem do livro: Cristianismo, puro e simples. De C.S Lewis.

“Entre os judeus surge, de repente, um homem que começa a falar como se ele próprio fosse Deus. Afirma categoricamente perdoar os pecados. Afirma existir desde sempre e diz que voltará para julgar o mundo no fim dos tempos. Devemos aqui esclarecer uma coisa: entre os panteístas, como os indianos, qualquer um pode dizer que é uma parte de Deus, ou é uno com Deus, e não há nada de muito estranho nisso. Esse homem, porém, sendo um judeu, não estava se referindo a esse tipo de divindade. Deus, na sua língua, significava um ser que está fora do mundo, que criou o mundo e é infinitamente diferente de tudo o que criou. Quando você entende esse fato, percebe que as coisas ditas por esse homem foram, simplesmente, as mais chocantes já pronunciadas por lábios humanos.”

“Há um elemento do que ele afirmava que tende a passar despercebido, pois o ouvimos tantas vezes que já não percebemos o que ele de fato significa. Refiro-me ao perdão dos pecados. De todos os pecados. Ora, a menos que seja Deus quem o afirme, isso soa tão absurdo que chega a ser cômico. Compreendemos que um homem perdoe as ofensas cometidas contra ele mesmo. Você pisa no meu pé, ou rouba meu dinheiro, e eu o perdôo. O que diríamos, no entanto, de um homem que, sem ter sido pisado ou roubado, anunciasse o perdão dos pisões e dos roubos cometidos contra os outros? Presunção asinina é a descrição mais gentil que podemos dar da sua conduta. Entretanto, foi isso o que Jesus fez. Anunciou ao povo que os pecados cometidos estavam perdoados, e fez isso sem consultar os que, sem dúvida alguma, haviam sido lesados por esses pecados. Sem hesitar, comportou-se como se fosse ele a parte interessada, como se fosse o principal ofendido. Isso só tem sentido se ele for realmente Deus, cujas leis são transgredidas e cujo amor é ferido a cada pecado cometido. Nos lábios de qualquer pessoa que não Deus, essas palavras implicam algo que só posso chamar de uma imbecilidade e uma vaidade não superadas por nenhum outro personagem da história.”

“No entanto (e isto é estranho e, ao mesmo tempo, significativo), nem mesmo seus inimigos, quando leem os evangelhos, costumam ter essa impressão de imbecilidade ou vaidade. Quanto menos os leitores sem preconceitos. Cristo afirma ser ‘humilde e manso’, e acreditamos nele, sem nos dar conta de que, se ele fosse somente um homem, a humildade e a mansidão seriam as últimas qualidades que poderíamos atribuir a alguns de seus ditos.”

“Estou tentando impedir que alguém repita a rematada tolice dita por muitos a seu respeito: 'Estou disposto a aceitar Jesus como um grande mestre da moral, mas não aceito a sua afirmação de ser Deus.' Essa é a única coisa que não devemos dizer. Um homem que fosse somente um homem e dissesse as coisas que Jesus disse não seria um grande mestre da moral. Seria um lunático – no mesmo grau de alguém que pretendesse ser um ovo cozido – ou então o diabo em pessoa. Faça a sua escolha. Ou esse homem era, e é, o Filho de Deus, ou não passa de um louco ou coisa pior. Você pode querer calá-lo por ser um louco, pode cuspir nele e matá-lo como a um demônio; ou pode prosternar-se a seus pés e chamá-lo de Senhor e Deus. Mas que ninguém venha, com paternal condescendência, dizer que ele não passava de um grande mestre humano. Ele não nos deixou essa opção, e não quis deixá-la.”

 

Como fica claro pela passagem, é impossível dizer que Jesus era ao mesmo tempo um grande mestre moral e um mentiroso, que se autodeclarava Deus e isto nos leva ao trilema dos três L’s. Que ditam, basicamente, que: Se Jesus não é Lord (Senhor), ou é um lier (Mentiroso), ou um lunatic (Lunático).

 

Mas, Ele não pode ser um mentiroso perverso. Um homem que amou tanto, a ponto de entregar a própria vida, que transformou inúmeras pessoas com o Seu olhar bondoso e misericordioso, não pode ser um farsante. Ao mesmo tempo, descarta-se que Ele seja um lunático. Se não tinha consciência de quem Ele próprio era, como possuía uma consciência tão aguda do que é a pessoa humana, a ponto de lermos nas páginas do Evangelho como que uma “radiografia” de nossas vidas?

 

Assim, não resta às pessoas, outra alternativa senão crer na divindade de Nosso Senhor.

 

 

DA NECESSIDADE, LÓGICA, DE JESUS SER DEUS

Nesta última secção, utilizar-me-ei de um dos argumentos lógicos propostos pelo senhor “PKB”, em seu vídeo: “Jesus é Deus?”.



Proponho-me aqui a tentar explicá-lo e, caso seja necessário, complementá-lo.

 

O ARGUMENTO

  1. De todas as religiões que existem uma e, somente, uma está correta.

  2. Se Deus existe, Ele é Deus, tendo todas as características ontológicas de Deus.

  3. Em sendo Deus, Ele é Criador.

  4. Em sendo Criador, tudo aquilo que está ao redor dele é uma criatura.

  5. Deus é de matéria Divina.

  6. Nós somos de matéria humana.

  7. Na relação entre Criador, Ser de Matéria Divina, e criatura, ser de matéria humana, existe um vacou absurdo.

  8. É impossível que a criatura, humana, chegue ao Criador, Divino, sem o auxílio DEle.

  9. Em existindo esse vacou absurdo e essa impossibilidade, o ser humano não pode ir até Deus, mas Deus é quem precisa vir aos homens.

  10. Portanto, qualquer religião criada por homens ou que visam que o homem pode chegar até Deus, estão erradas.

 

Esse é o primeiro argumento, chamado de movimento, por demonstrar a impossibilidade do homem se mover até Deus, por si próprio.

Agora, disponibilizar-me-ei a explicar as premissas, para facilitar a compreensão da conclusão.

1 - De todas as religiões que existem uma e, somente, uma está correta.

Essa premissa é simples de ser explicada. Existem pessoas que enunciam que: “Todas as religiões levam a Deus” ou variantes disso. Entretanto, isso  não é verdade. Primeiro é necessário entender que asserções de verdade, são sempre excludentes; isto é, se A é verdade, então não-A, entende-se por não-A tudo aquilo que varia de A, é falso. Chama-se isso, em lógica, de princípio da não-contradição: “Tal princípio afirma que duas afirmações contraditórias não podem ser verdadeiras ao mesmo tempo,”.  Por isso, afirmar que todas as religiões são iguais ou todas as religiões levam a Deus, é errado, haja vista que há diversas variantes dentro delas, que as tornam contraditórias entre si, impossibilitando uma mesma natureza verídica em todas.

 

2 - Se Deus existe, Ele é Deus, tendo todas as características ontológicas de Deus.

Esta segunda premissa é explanativa por si. Deus, em sendo Deus, possuí por necessidade todas as características do ser de Deus, características das quais, algumas já foram elencadas:

  • Deus é uno;

  • Deus é perfeito;

  • Deus é todo bom;

  • Deus é imaterial;

  • Deus é atemporal;

  • Deus é não-espacial;

  • Deus é metafísico;

  • Deus é incausado;

  • Deus é imensamente poderoso;

  • Deus é pessoal.

 

3 - Em sendo Deus, Ele é Criador

Ao analisarmos as características ontológicas de Deus, existe uma que é mister, em demonstrar isso.

“Deus é incausado”

Que se infere por isso? Oras, se Deus é incausado, isso significa que, nada poderia existir antes DEle, sendo que nada poderia existir antes DEle, inferimos que Ele, necessariamente, é Criador de tudo.

 

4 - Em sendo Criador, tudo aquilo que está ao redor dele é uma criatura.

Essa premissa é, também, inferida da premissa anterior, haja vista que Deus, sendo incausado, deve, por necessidade, ter causado tudo.

 

5 - Deus é de matéria Divina.

Isso é uma constatação ontológica acerca daquilo que compõe Deus, chama-se por matéria Divina, não aquilo que conhecemos por matéria física, pois isso facilmente cairia em contradição com a Sua característica de ser imaterial, mas a perfeição que compõe o Perfeito.

Isto é, enquanto Deus é Deus, Ele é, também, perfeito e, para nomear a característica de sua perfeição, chamamos ela de matéria Divina, isto é aquilo que o compõe, enquanto Ser Perfeito, ou seja, a própria Perfeição.

 

6 - Nós somos de matéria humana.

Novamente, o sentido de ‘matéria’ aqui, não é o que entendemos por antônimo de imaterial, mas daquilo que compõe o ser. Dizer que nós somos de matéria humana é análogo a dizer que somos da classe ontológica humana.

 

7 - Na relação entre Criador, Ser de Matéria Divina, e criatura, ser de matéria humana, existe um vacou absurdo.

Imagine que você se compromete a tentar chegar ao infinito, usando-se de número finitos, adianto já: se, por algum momento, cogitou essa hipótese, conte de antemão com decepções. O que carateriza o infinito é, justamente, a impossibilidade de se remover algo dele, pense, se você remover uma parte do infinito, tanto a parte removida, quanto a restante, serão, ainda, infinitas. O infinito não pode ser alcançado por meios finitos. Pense no maior número que você for capaz e saiba que, indiferentemente ao número que você escolheu, existe um vácuo infinito entre ele e o infinito. Deus é perfeito, a perfeição se caracteriza por possuir as qualidade em graus infinitos, haja vista que, Deus não é, simplesmente, poderoso, mas é onipotente. Ele não é, somente, sábio, mas é onisciente. Ele não é, apenas, presente, mas é onipresente. No mais, as qualidades de Deus são, por sua natureza, infinitas; nós, no entanto, possuímos todas as qualidade, sejam positivas ou negativas, em graus finitos. Você pode estudar o quanto quiser, mas nunca será onisciente. Você pode treinar o quanto quiser, porém nunca será tão forte quanto um boi, quanto mais ser onipotente. Você pode ser o quão rápido for, contudo, nunca será onipresente.

Com isso, acredito que demonstrei, mesmo que nebulosamente, o vácuo enorme que há entre criatura e Criador.

 

8 - É impossível que a criatura, humana, chegue ao Criador, Divino, sem o auxílio DEle.

Em existindo um vácuo enorme entre homem e Deus, torna-se impossível, como já demonstrei na premissa anterior, que o finito alcance o Infinito.

Com essa premissa, matamos a possibilidade de um conceito de Deus criado por humanos ou que compreenda que homens, sozinhos, podem chegar a Deus, o finito nunca chegará ao Infinito, sem que se some a ele o próprio Infinito. O homem nunca chegará a Deus, sem que Ele próprio vá ao homem.

 

9 - Em existindo esse vacou absurdo e essa impossibilidade, o ser humano não pode ir até Deus, mas Deus é quem precisa vir aos homens.

Isso é, facilmente, deduzido a partir da minha explanação acerca da premissa 8. Reitero aqui: o finito nunca chegará ao Infinito, sem que se some a ele o próprio Infinito. O homem nunca chegará a Deus, sem que Ele próprio vá ao homem.

10 - Portanto, qualquer religião criada por homens ou que visam que o homem pode chegar até Deus, estão erradas.

A conclusão, como toda a conclusão, é uma repetição do que já foi apresentado antes nas premissas, em sendo as premissas verdadeiras, então a conclusão também o-é.

Partindo dessa conclusão, podemos relembrar dos fatos históricos apresentados anteriormente nesse artigo. Deus já veio até os homens, o Verbo se fez carne e conviveu entre nós.

 

O senhor, criador desse argumento, utilizou outros dois argumentos, chamados por “Prenuncio” e “Testemunhas”, em que no primeiro ele expõe a necessidade de Deus ter que avisar que virá à Terra, antes DEle vir, pois Ele sabe, mediante sua onisciência, que haverão pessoas que se passaram por Ele, assim, Deus, para vir a Terra, teria de avisar, antes, que viria e isso é, basicamente, todo o antigo Testamento. No terceiro ele, basicamente, expõe o ponto de não fazer sentido que os apóstolos tenham mentido, contudo, ampliando-o. Recomendo a todos que vejam o vídeo dele, para ver em completude os outros dois argumentos.

 

REFUTANDO OBJEÇÕES

 

Poder-se-á, levantar algumas objeções acerca da conclusão aqui apresentada, isto é, Jesus ser Deus. Proponho-me a respondê-las.

 

COMO PODE SE DEUS É UNO, ELE TAMBÉM SER JESUS?

 

Aqui, torna-se, necessário, explicar um conceito chamado de Santíssima Trindade. A Trindade representa Deus, enquanto Ser Trino e Uno ao mesmo tempo, para alguém desacostuma com isso, pode-se acreditar que existe algum tipo de contradição, contudo, adianto, não há. A Trindade faz-se possível, justamente por conta de outra característica ontológica de Deus, Sua Perfeição. Em sendo Perfeito, Deus, possuí todas as qualidades no auge, outro Ser Perfeito, acabará por Ser o mesmo primeiro Ser perfeito, isto é Deus.


DEUS MATOU NO ANTIGO TESTAMENTO, COMO ELE PODE SER TODO BOM?


Veja, Deus matou hereges, em sendo hereges eles a cada segundo que se passava corrompiam mais a sua alma, em sendo a corrupção da alma algo muito pior do que a corrupção do corpo, Deus agiu com misericórdia, impedindo que eles condenassem suas almas ao sofrimento eterno.

 

 

 

 

PARTE III: CATOLICISMO COMO A ÚNICA RELIGIÃO CORRETA

Como pode ser percebido, mesmo com todos os fatos citados anteriormente, resta uma dúvida final: Catolicismo ou protestantismo?

Qual é a Religião correta? Neste ensaio, argumentarei a favor do Catolicismo. Adianto, utilizarei diversos pontos apresentados por pessoas muito mais sábias do que eu, e para aquele que deseja se aprofundar, peço que veja, por completo, as referências que utilizarei. Por conta da quantidade excessiva de seitas protestantes, eu limitar-me-ei a alguns pontos para provar a veracidade do Catolicismo em oposição ao protestantismo. São eles: O argumento lógico; A origem da Igreja; A falácia da Sola Fide; A importância da Santíssima Virgem Maria.

Primeiro ponto, o argumento lógico outrora apresentado 

O ARGUMENTO LÓGICO.

Dentro do argumento lógico existe uma premissa, no mínimo interessante, “É impossível que a criatura, humana, chegue ao Criador, Divino, sem o auxílio DEle.” a conclusão também o-é: “Portanto, qualquer religião criada por homens ou que visam que o homem pode chegar até Deus, estão erradas.”

Graças a esses pontos podemos refutar todo o protestantismo, já que, este foi, inicialmente, criado por Martinho Lutero.

Contudo, pode-se levantar a próxima questão: Não seria o Catolicismo, também, criado por um homem?

 
A ORIGEM DA IGREJA

É muito comum, ouvir que a Igreja Católica Apostólica Romana foi criada por Constantino, contudo, isso é falso.

Constantino nasceu em 27 de fevereiro de 272.

Contudo em 272 já haviam existido 26 Papas, implicando numa clara contradição, em afirmar que Constantino criou a Igreja Católica, sendo que já haviam mais de 20 Santos Papas, antes dele sequer nascer. Os Santos Papas são:

  1. São Pedro - De 30 a 67

  2. São Lino - De 67 a 76

  3. Santo Anacleto - De 76 a 88

  4. São Clemente I - De 88 a 97

  5. Santo Evaristo - De 97 a 105

  6. Santo Alexandre I - De 105 a 116

  7. São Sisto I - De 116 a 125

  8. São Telésforo - De 125 a 138

  9. Santo Higino - De 138 a 142

  10. São Pio I - De 142 a 155

  11. Santo Aniceto - De 155 a 166

  12. São Sotero - De 166 a 175

  13. Santo Eleutério - De 175 a 189

  14. São Vitor I - De 189 a 199

  15. São Zeferino - De 199 a 217

  16. São Calisto I - De 217 a 223

  17. Santo Urbano I - De 223 a 230

  18. São Ponciano - De 230 a 235

  19. Santo Antero - De 235 a 236

  20. São Fabiano - De 236 a 250

  21. São Cornélio - De 251 a 253

  22. São Lúcio I - De 253 a 254

  23. Santo Estêvão I – De 254 a 257

  24. São Sisto II - De 257 a 258

  25. São Dionísio - De 259 a 268

  26. São Félix I - De 269 a 274

 

Pode-se objetar agora que a objeção ainda é válida, pois teria sido, então, São Pedro quem criou a Igreja, contudo isso também é falso. Jesus é claro:

 

“Disse-lhes ele: E vós, quem dizeis que eu sou?

E Simão Pedro, respondendo, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo.

E Jesus, respondendo, disse-lhe: Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque to não revelou a carne e o sangue, mas meu Pai, que está nos céus.

Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela;”

Mateus 16:15-18

 

Quem edifica a Igreja é Cristo e a Igreja é edificada, por Jesus, sobre Pedro.

 

Alguns protestantes podem, ainda, objetar isto, dizendo que não foi sobre Pedro que Jesus edificou sua Igreja, mas sobre uma pedra e que, por isso, o Papado seria inválido, no mais, isso também é falso.

 

Primeiro é necessário entender que Pedro, do Grego, significa pedra, contudo existem duas formas de chamá-lo, πέτρος [Masculino] e πέτρᾳ [Feminino], apesar dos dois significarem Pedro, é mais apropriado chamar um homem pelo termo no masculino, contudo, isso não excluí a existência da palavra no feminino, por isso mesmo havendo a troca de “Tu és Pedro” para “Sobre esta pedra”, ambos continuam a referir-se a Pedro, e nada mais além de Pedro, como é claro pelo uso de “esta” (οὗτος) que é um termo empregado para referir-se a aquilo que foi mencionado por último na oração.

 

“Atualmente, surgiu um amplo consenso que, de acordo com as palavras do texto, a promessa [da edificação da Igreja sobre algo] se aplicam a Pedro como pessoa. Nesse ponto, teólogos liberais (H. J. Holtzmann, E. Schweiger) e conservadores (Cullmann, Flew) concordam, assim como representantes da exegese católica romana.” (Gerhard Meier, The Church in the Gospel of Matthew, Paternoster press, 1984, p.58)

 

“‘οὗτος’ e ‘εκεινος’ são pronomes demonstrativos. Em contraste, ‘οὗτος’ se refere, geralmente, ao que está próximo ou ao que foi mencionado por último; ‘εκεινος’, ao que está remoto ou ausente" (W. C. Taylor, Introdução ao estudo do Novo Testamento grego, Juerp, p.56).

 

“No grego temos dois pronomes demonstrativos. ‘οὗτος’, que se refere ao que está próximo ou que foi mencionado por último; e ‘εκεινος ', que se refere ao que está remoto ou ausente." (Lourenço Stelio Rega, Noções do Grego Bíblico, Vida Nova, p. 83). 

 

“Pelas palavras ‘esta rocha’, Jesus não significa ele mesmo, nem seus ensinamentos, nem Deus Pai, nem a confissão de Pedro, mas o próprio Pedro. A frase é imediatamente precedida por uma referência direta e enfática a Pedro [Tu és Pedro]. Quando Jesus se identifica como o Construtor [em ‘sobre esta pedra EDIFICAREI...’], a rocha sobre a qual ele constrói é naturalmente entendida como alguém (ou algo) que não é o próprio Jesus. O demonstrativo disso [ταύτῃ], seja denotando o que está fisicamente próximo de Jesus ou o que está próximo no texto, refere-se mais naturalmente a Pedro (v. 18) do que à confissão remota (v. 16). O vínculo entre as cláusulas do versículo 18 é ainda mais forte com o jogo de palavras: ‘Tu és Pedro (Petros), e sobre esta pedra (Petra) edificarei minha igreja.’ Como apóstolo, Pedro profere a confissão do versículo 16; como confessor, ele recebe a designação ‘esta rocha’ de Jesus.” (Knox Chamblin, Evangelical Commentary on the Bible, Baker, 1989, p.742)

 

“Por que no grego não lemos σὺ εἶς Πέτρᾳ καὶ ἐπὶ ταύτῃ πέτρᾳ? O motivo é porque entre os gregos tanto πέτρος [masculino] como πέτρᾳ [feminino] significam pedra, mas é mais apropriado que para um homem seja dado um nome masculino ao invés de um nome feminino [por isso, lemos πέτρος seguindo “tu és”, não πέτρᾳ]. E então, para interpretar a metáfora, na segunda parte ele não quis colocar ἐπὶ τῷς πέτρω, o que seria ambíguo, mas ἐπὶ τῇ πέτρᾳ, que significa nada menos do que rocha.” (S. Roberto Belarmino, On the Roman Pontiff, Mediatrix Press, vol. 1, p 70-71)

 

“Pedro, por conta da excelência da sua fé, recebeu a construção da Igreja sobre sua pessoa.” (S. Basílio Magno, 330 dC – 379 dC, In Eunom., lib. 2)

 

Caso queira ainda mais informações acerca da criação da Santa Igreja e/ou do Papado, recomendo a visita ao podcast do canal “Trad Talk”, no vídeo TradTalk Podcast #005 - Refutação Nicodemus



 

A FALÁCIA DA SOLA FIDE

Sola Fide é a doutrina que clama a justificação pela fé somente, mas antes de prosseguir, que se entende por “justificação”? Justificação é o perdão, a limpeza de toda a culpa e a penalidade merecida pelos pecados cometidos.

 

Essa doutrina se opõe a doutrina Católica, que defende que à fé devia-se acrescentar as boas obras a fim de se poder alcançar a salvação.

 

Contudo a Sola Fide é falsa:

“Vedes então que o homem é justificado pelas obras, e não somente pela fé.”

Tiago 2:24

 

“Meus irmãos, não tenhais a fé de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor da glória, em acepção de pessoas.

Porque, se no vosso ajuntamento entrar algum homem com anel de ouro no dedo, com trajes preciosos, e entrar também algum pobre com sórdido traje,

E atentardes para o que traz o traje precioso, e lhe disserdes: Assenta-te tu aqui num lugar de honra, e disserdes ao pobre: Tu, fica aí em pé, ou assenta-te abaixo do meu estrado,

Porventura não fizestes distinção entre vós mesmos, e não vos fizestes juízes de maus pensamentos?

Ouvi, meus amados irmãos: Porventura não escolheu Deus aos pobres deste mundo para serem ricos na fé, e herdeiros do reino que prometeu aos que o amam?

Mas vós desonrastes o pobre. Porventura não vos oprimem os ricos, e não vos arrastam aos tribunais?

Porventura não blasfemam eles o bom nome que sobre vós foi invocado?

Todavia, se cumprirdes, conforme a Escritura, a lei real: Amarás a teu próximo como a ti mesmo, bem fazeis.

Mas, se fazeis acepção de pessoas, cometeis pecado, e sois redargüidos pela lei como transgressores.

Porque qualquer que guardar toda a lei, e tropeçar em um só ponto, tornou-se culpado de todos.

Porque aquele que disse: Não cometerás adultério, também disse: Não matarás. Se tu pois não cometeres adultério, mas matares, estás feito transgressor da lei.

Assim falai, e assim procedei, como devendo ser julgados pela lei da liberdade.

Porque o juízo será sem misericórdia sobre aquele que não fez misericórdia; e a misericórdia triunfa do juízo.

Meus irmãos, que aproveita se alguém disser que tem fé, e não tiver as obras? Porventura a fé pode salvá-lo?

E, se o irmão ou a irmã estiverem nus, e tiverem falta de mantimento quotidiano,

E algum de vós lhes disser: Ide em paz, aquentai-vos, e fartai-vos; e nào lhes derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito virá daí?

Assim também a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma.

Mas dirá alguém: Tu tens a fé, e eu tenho as obras; mostra-me a tua fé sem as tuas obras, e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras.

Tu crês que há um só Deus; fazes bem. Também os demônios o crêem, e estremecem.

Mas, ó homem vão, queres tu saber que a fé sem as obras é morta?

Porventura o nosso pai Abraão não foi justificado pelas obras, quando ofereceu sobre o altar o seu filho Isaque?

Bem vês que a fé cooperou com as suas obras, e que pelas obras a fé foi aperfeiçoada.

E cumpriu-se a Escritura, que diz: E creu Abraão em Deus, e foi-lhe isso imputado como justiça, e foi chamado o amigo de Deus.

Vedes então que o homem é justificado pelas obras, e não somente pela fé.

E de igual modo Raabe, a meretriz, não foi também justificada pelas obras, quando recolheu os emissários, e os despediu por outro caminho?

Porque, assim como o corpo sem o espírito está morto, assim também a fé sem obras é morta.

Tiago 2:1-26

 

“Não sabem que, quando vocês se oferecem a alguém para lhe obedecer como escravos, tornam-se escravos daquele a quem obedecem: escravos do pecado que leva à morte, ou da obediência que leva à justiça?”

Romanos 6:16

 

“E tu, ó homem, que julgas os que fazem tais coisas, cuidas que, fazendo-as tu, escaparás ao juízo de Deus?”

Romanos 2:3

 

“Portanto, és inescusável quando julgas, ó homem, quem quer que sejas, porque te condenas a ti mesmo naquilo em que julgas a outro; pois tu, que julgas, fazes o mesmo.

E bem sabemos que o juízo de Deus é segundo a verdade sobre os que tais coisas fazem.

E tu, ó homem, que julgas os que fazem tais coisas, cuidas que, fazendo-as tu, escaparás ao juízo de Deus?

Ou desprezas tu as riquezas da sua benignidade, e paciência e longanimidade, ignorando que a benignidade de Deus te leva ao arrependimento?

Mas, segundo a tua dureza e teu coração impenitente, entesouras ira para ti no dia da ira e da manifestação do juízo de Deus;

O qual recompensará cada um segundo as suas obras; a saber:

A vida eterna aos que, com perseverança em fazer bem, procuram glória, honra e incorrupção;

Mas a indignação e a ira aos que são contenciosos, desobedientes à verdade e obedientes à iniqüidade;

Tribulação e angústia sobre toda a alma do homem que faz o mal; primeiramente do judeu e também do grego;

Glória, porém, e honra e paz a qualquer que pratica o bem; primeiramente ao judeu e também ao grego;

Porque, para com Deus, não há acepção de pessoas.

Porque todos os que sem lei pecaram, sem lei também perecerão; e todos os que sob a lei pecaram, pela lei serão julgados.

Porque os que ouvem a lei não são justos diante de Deus, mas os que praticam a lei hão de ser justificados.

Porque, quando os gentios, que não têm lei, fazem naturalmente as coisas que são da lei, não tendo eles lei, para si mesmos são lei;

Os quais mostram a obra da lei escrita em seus corações, testificando juntamente a sua consciência, e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os;

No dia em que Deus há de julgar os segredos dos homens, por Jesus Cristo, segundo o meu evangelho.

Eis que tu que tens por sobrenome judeu, e repousas na lei, e te glorias em Deus;

E sabes a sua vontade e aprovas as coisas excelentes, sendo instruído por lei;

E confias que és guia dos cegos, luz dos que estão em trevas,

Instruidor dos néscios, mestre de crianças, que tens a forma da ciência e da verdade na lei;

Tu, pois, que ensinas a outro, não te ensinas a ti mesmo? Tu, que pregas que não se deve furtar, furtas?

Tu, que dizes que não se deve adulterar, adulteras? Tu, que abominas os ídolos, cometes sacrilégio?

Tu, que te glorias na lei, desonras a Deus pela transgressão da lei?

Porque, como está escrito, o nome de Deus é blasfemado entre os gentios por causa de vós.

Porque a circuncisão é, na verdade, proveitosa, se tu guardares a lei; mas, se tu és transgressor da lei, a tua circuncisão se torna em incircuncisão.

Se, pois, a incircuncisão guardar os preceitos da lei, porventura a incircuncisão não será reputada como circuncisão?

E a incircuncisão que por natureza o é, se cumpre a lei, não te julgará porventura a ti, que pela letra e circuncisão és transgressor da lei?

Porque não é judeu o que o é exteriormente, nem é circuncisão a que o é exteriormente na carne.

Mas é judeu o que o é no interior, e circuncisão a que é do coração, no espírito, não na letra; cujo louvor não provém dos homens, mas de Deus.”

Romanos 2:1-29

 

Deus "retribuirá a cada um conforme o seu procedimento".

Ele dará vida eterna aos que, persistindo em fazer o bem, buscam glória, honra e imortalidade.

Mas haverá ira e indignação para os que são egoístas, que rejeitam a verdade e seguem a injustiça.”

Romanos 2:6-8.

 

“Ora, o que planta e o que rega são um; mas cada um receberá o seu galardão segundo o seu trabalho.”

1 Coríntios 3:8

 

“Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito.

Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte.

Porquanto o que era impossível à lei, visto como estava enferma pela carne, Deus, enviando o seu Filho em semelhança da carne do pecado, pelo pecado condenou o pecado na carne;

Para que a justiça da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito.

Porque os que são segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne; mas os que são segundo o Espírito para as coisas do Espírito.

Porque a inclinação da carne é morte; mas a inclinação do Espírito é vida e paz.

Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem, em verdade, o pode ser.

Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus.”

Romanos 8:1-8

 

“Porque isto é também como um homem que, partindo para fora da terra, chamou os seus servos, e entregou-lhes os seus bens.

E a um deu cinco talentos, e a outro dois, e a outro um, a cada um segundo a sua capacidade, e ausentou-se logo para longe.

E, tendo ele partido, o que recebera cinco talentos negociou com eles, e granjeou outros cinco talentos.

Da mesma sorte, o que recebera dois, granjeou também outros dois.

Mas o que recebera um, foi e cavou na terra e escondeu o dinheiro do seu senhor.

E muito tempo depois veio o senhor daqueles servos, e fez contas com eles.

Então aproximou-se o que recebera cinco talentos, e trouxe-lhe outros cinco talentos, dizendo: Senhor, entregaste-me cinco talentos; eis aqui outros cinco talentos que granjeei com eles.

E o seu senhor lhe disse: Bem está, servo bom e fiel. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor.

E, chegando também o que tinha recebido dois talentos, disse: Senhor, entregaste-me dois talentos; eis que com eles granjeei outros dois talentos.

Disse-lhe o seu senhor: Bem está, bom e fiel servo. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor.

Mas, chegando também o que recebera um talento, disse: Senhor, eu conhecia-te, que és um homem duro, que ceifas onde não semeaste e ajuntas onde não espalhaste;

E, atemorizado, escondi na terra o teu talento; aqui tens o que é teu.

Respondendo, porém, o seu senhor, disse-lhe: Mau e negligente servo; sabias que ceifo onde não semeei e ajunto onde não espalhei?

Devias então ter dado o meu dinheiro aos banqueiros e, quando eu viesse, receberia o meu com os juros.

Tirai-lhe pois o talento, e dai-o ao que tem os dez talentos.

Porque a qualquer que tiver será dado, e terá em abundância; mas ao que não tiver até o que tem ser-lhe-á tirado.

Lançai, pois, o servo inútil nas trevas exteriores; ali haverá pranto e ranger de dentes.”

Mateus 25:14-30

 

Notei-vos que fica claro, principalmente em Tiago 2:24 e Mateus 25:14-30, que somos justificados também pelas obras e não pela fé somente.

 

Novamente, sugiro, aos interessados, ouvir dois podcasts do canal “TradTalk”, sendo o primeiro: Debate: Catolicismo vs Protestantismo — Justificação [TradTalk]



e o segundo TradTalk Podcast #002 - Sola Fide



 

 

A IMPORTÂNCIA DA SANTÍSSIMA VIRGEM MARIA


 

Primeiro, vamos entender uma coisa, que já é um tanto quanto óbvia, Deus é perfeito, tudo o que Ele faz é perfeito, por isso: Ele não escolheu Maria por acaso.

A escolha DEle por Maria foi perfeita e isto já é de grande significado.

Vejam que Maria é citada por Deus já em Gênesis:

 

“Então o Senhor Deus disse à serpente: Porquanto fizeste isto, maldita serás mais que toda a fera, e mais que todos os animais do campo; sobre o teu ventre andarás, e pó comerás todos os dias da tua vida.”

Gênesis 3:14

E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.

Gênesis 3:15

 

Ela é a única pessoa que é citada tanto no antigo testamento como no novo:

 

“Disse então Maria: A minha alma engrandece ao Senhor,

E o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador;

Porque atentou na baixeza de sua serva; Pois eis que desde agora todas as gerações me chamarão bem-aventurada,

Porque me fez grandes coisas o Poderoso; E santo é seu nome.”

Lucas 1:46-49

 

Poderiam objetar que Maria não é a mulher citada em Gênesis, contudo isso é falso

 

“Ora Jesus, vendo ali sua mãe, e que o discípulo a quem ele amava estava presente, disse a sua mãe: Mulher, eis aí o teu filho.

Depois disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. E desde aquela hora o discípulo a recebeu em sua casa.”

João 19:26,27

 

Notei-vos que Maria é a mulher citada em Gênesis, onde há a inimizade entre a descendência da serpente, que é a descendência de Eva, do pecado, e a descendência de Maria, porque esta é a mãe de todos os discípulos de Jesus, que é Deus, e portanto, da Santidade, sendo em si, inimiga da descendência pecaminosa.

 

Em Salmos 45 ela volta a ser citada:

“O teu trono, ó Deus, é eterno e perpétuo; o cetro do teu reino é um cetro de eqüidade.

Tu amas a justiça e odeias a impiedade; por isso Deus, o teu Deus, te ungiu com óleo de alegria mais do que a teus companheiros.

Todas as tuas vestes cheiram a mirra e aloés e cássia, desde os palácios de marfim de onde te alegram.

As filhas dos reis estavam entre as tuas ilustres mulheres; à tua direita estava a rainha ornada de finíssimo ouro de Ofir.”

Salmos 45:6-9

 

Pode-se objetar que: Maria é só mais uma pecadora como nós, uma mulher qualquer.

Contudo, isso é falso.

No evangelho de Lucas está explícito:

“Em seguida, desceu com eles a Nazaré e lhes era submisso. Sua mãe guardava todas estas coisas no seu coração.”

Lucas 2:51

 

Temos de notar que Jesus é o próprio Deus encarnado, sendo assim, ele mantém as qualidades inerentes de Deus, como ser todo Santo e não ser submisso ao pecado, contudo, é explícito que Jesus desceu com eles a Nazaré e lhes era submisso. Esta é, portanto, a maior prova a favor da Santidade de Maria. Note que, pelo fato de Jesus ser submisso a Maria, implica necessariamente, que ela é toda Santa, haja vista que Jesus, sendo o Verbo encarnado, não é submisso ao pecado, e sempre faz a vontade do Pai, oras como Jesus poderia ser submisso a Maria se isso contradissesse a vontade do Pai? Ele não poderia, portanto, por inferência lógica, a vontade de Maria estava em sintonia com a vontade de Deus, implicando que ela é toda Santa.

Maria não pode ter pecado nenhuma vez, porque se o fizesse, Jesus não seria submisso a ela, contudo, Ele o-é, o que significa, que ela nunca pecou.


 Caso deseje entender mais a respeito disso, recomendo um podcast do TradTalk: TradTalk Podcast #003 - Imaculada Conceição



e um vídeo do senhor PKB: Ave Maria?



 

CONCLUSÃO

Ao finalizar a leitura deste artigo, creio que está claro a todos que Jesus Cristo é o nosso Salvador, que a Santa Virgem Maria é pura e imaculada e que o Catolicismo Apostólico Romano é a Religião correta. É extremamente recomendado que todas as referências aqui recomendadas sejam vistas, para ampliar e completar a compreensão do que tentei passar neste ensaio. Obrigado todos pela leitura.

Salve Maria.

Viva Cristo Rei!


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